Paulo Sousa vive momentos de pressão no Flamengo — (Foto: Pedro Martins / Foto FC)
Atuações ruins, coro da torcida e posicionamentos como em caso Diego Alves e em coletivas aquecem debate por troca de comando. Landim centraliza decisão, e jogos fora de casa valem nova sobrevida.
A panela de pressão nunca esteve desligada, mas o fogo voltou a ficar muito alto para Paulo Sousa no Flamengo.
O combo de atuações ruins mesmo nas vitórias, mudanças constantes na equipe e decisões controversas em episódios como o que tem Diego Alves no centro das atenções teve na derrota para o Fortaleza um amplificador nas cobranças por troca de comando. As ofensas dos 63 mil presentes no Maracanã encontram eco na diretoria e o treinador português vive seu momento mais delicado nos quase cinco meses de clube.
A decisão passa muito pela postura centralizadora de Rodolfo Landim, que também foi bastante hostilizado no Maracanã. A paciência do mandatário e de pares, como Marcos Braz, já não é mais tão grande, e Paulo Sousa viaja terça-feira para os jogos contra Bragantino e Inter pela primeira vez realmente ameaçado.
Vencer fora de casa é determinante para dar sobrevida como nas últimas quatro vitórias, mas convencer e dar perspectivas para a sequência no Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores é o único caminho para deixá-lo tranquilo no cargo. Na diretoria, há correntes que já não acreditam nesta possibilidade e escancaram a preocupação com um Flamengo que fez dos altos e baixos uma rotina em 2022.
Com contrato até dezembro de 2023, Paulo Sousa tem multa proporcional somente até o fim do primeiro ano. O valor é referente ao número de salários pendentes até o término de 2022. Ou seja, reduz mês a mês e no momento gira em torno de R$ 7.7 milhões.
O montante não é encarado como problema no Ninho do Urubu. A reposição, por outro lado, é um dos fatores que estica a corda da paciência com Paulo Sousa. Cuca é o nome mais óbvio e já não encontra mais tanta resistência nos bastidores como em outros momentos, apesar de estar longe de ser consenso.
Um ponto que já entrou em pauta também é falta de estrutura para transição no departamento de futebol. Sem auxiliar técnico fixo, com a demissão de Maurício Souza e a saída de Fábio Matias, o Flamengo sequer tem quem assuma a equipe temporariamente, o que torna o debate por alternativas ainda mais definitivo – o técnico do Sub-20 é o recém-promovido do Sub-17 Mario Jorge.
Com duas partidas fora de casa pela frente, Paulo Sousa segue refém de resultados – nada muito diferente do que tem ditado sua sobrevida nos últimos meses. Dessa vez, no entanto, as correntes dispostas a defender a permanência perdem força e vontade. Vejamos os próximos capítulos.
Arivaldo Maia com Cahê Mota – Redação do ge – Rio de Janeiro