Cofre vazio, falta de perspectivas de melhoras e eleição sem fim assombram o Vasco
   11 de outubro de 2018   │     0:04  │  0

Alexandre Campello, presidente do Vasco — Foto: Paulo Fernandes/Vasco

Alexandre Campello, presidente do Vasco  (Foto: Paulo Fernandes/Vasco)

Funcionários e jogadores do Vasco não receberam seus salários na semana passada. Os problemas financeiros do clube, agravados pela impossibilidade de receber o empréstimo de R$ 31 milhões, já mexem com o dia a dia, tanto do CT do Almirante como em São Januário. Se a previsão pessimista do presidente Alexandre Campello se confirmar, a tendência é piorar. E rapidamente.

Os funcionários que recebem até R$ 4 mil não foram muito impactados – embora o clube ainda tenha débito de dezembro e do 13º salário de 2017. Mas a crise em breve vai atingir forte também os que têm os menores salários.

Nos bastidores, há quem diga que o dinheiro do ano passado só será visto na conta sabe se lá quando, e muito provavelmente através da Justiça.

Entre os jogadores, que entram no segundo mês de atraso, a situação é tema recorrente de conversas e lamentações, mas com os atletas honrando compromissos.

E se o presente é sombrio, a falta de perspectiva de melhora imediata e de qualquer previsão de quando a asfixia financeira poderia dar um alívio, torna o ambiente pesado. Há o temor de que o exemplo de Wagner, que rescindiu seu contrato na Justiça, seja seguido por outros, principalmente os que recebem direito de imagem e convivem com este problema desde o ano passado.

No departamento médico, “jeitinho” para driblar a crise

Os fisioterapeutas às vezes compram do próprio bolso alguns tipos de material que necessitam no dia a dia – o clube alega que esta é uma prática antiga, e que faz o reembolso aos funcionários. Os médicos também tentam driblar as dificuldades, como a falta de pagamento a alguns fornecedores, usando seus conhecimentos. O mesmo acontece com equipamentos e exames.

Jogadores compram cestas básicas

Muitos funcionários já estão no vermelho, em situação complicada principalmente por causa de empréstimos que contraíram no fim de 2017. Alguns têm recebido ajuda de jogadores. Recentemente, parte do elenco fez uma “vaquinha” e comprou cestas básicas para distribuir.

Ônibus que fazia o trajeto São Januário-CT é suspenso

Com os treinos no CT do Almirante, o Vasco passou a oferecer um ônibus para levar funcionários de São Januário a Vargem Pequena, na Zona Oeste, mas recentemente foi cancelado. O trajeto tem cerca de 36km e tem sido feito por quem trabalha no futebol profissional do Cruz-Maltino por conta própria. Além da questão financeira, há quem diga que alguns atrasos também motivaram a decisão.

Na base, problemas ainda maiores

Recentemente a bomba de água da lavanderia quebrou, e alguns treinos tiveram que ser suspensos. O material foi lavado fora do clube.

Blog com Globoesporte