RIO – Poucas vezes na carreira, Ronaldo foi tão sincero. Depois de dar mais uma volta por cima, marcar um gol pelo Corinthians e declarar que ainda pensa em jogar na seleção brasileira, o Fenômeno deixou as comemorações de lado para criticar a Confederação Brasileira de Futebol pela falta de reconhecimento aos jogadores que fizeram história com a camisa do Brasil. Sobrou também para o presidente e o vice de futebol do Flamengo, Márcio Braga e Kléber Leite.
– Meu sonho continua sendo jogar um dia no Flamengo, mas agora vai ser muito difícil principalmente pelo clima deixado depois das declarações do Márcio Braga e do Kléber Leite. Continuo sendo um flamenguista apaixonado, mas as declarações deles me jogando contra a torcida foram desnecessárias – disse o craque referindo-se aos episódios que aconteceram após ele anunciar o acerto com o Corinthians, único clube, segundo ele, que tinha um projeto para a sua contratação.
Mesmo garantindo que não quer jogo de despedida da seleção, homenagens ou qualquer “favor” da CBF, como classificou, Ronaldo pediu uma reflexão para que grandes nomes não caiam no esquecimento ou fiquem com a imagem apagada por culpa de um abandono por parte da entidade que controla o futebol brasileiro. Para explicar sua chateação, Ronaldo citou alguns jogadores.
– O Rivaldo, por exemplo, nunca foi chamado para ter uma homenagem sequer. Ele também ganhou a Copa de 2002 e foi tão decisivo como eu. Na história da seleção, a gente precisava ter um pouco mais de carinho com os jogadores. Eu não quero nada da CBF, eles nunca me fizeram nenhum favor. Mas você vê na Itália, por exemplo, grandes jogadores recebendo homenagens. É gratidão, até porque quando você está na seleção você não ganha nada (dinheiro), você vai como um soldado na guerra. Poderia haver uma gratidão maior para os grandes jogadores – disse Ronaldo, em entrevista ao programa ‘Bem Amigos’, do Sportv.
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