MARCOS QUER FAZER UMA TEMPORADA DE RECUPERAÇÃO NO PALMEIRAS
O Palmeiras estreia no Campeonato Paulista-2010, hoje, contra o Mogi Mirim, no Parque Antarctica, com o objetivo de apagar a decepção do ano passado, segundo o goleiro Marcos.
O jogador de 36 anos destacou que está bem fisicamente para iniciar mais uma temporada. Hoje, completará 470 jogos com a camisa palmeirense.
“É claro que aparece uma dor aqui, outra ali [risos], mas isso é natural. Acho que não acontece só comigo. O mais importante é que estou motivado e quero muito ajudar o Palmeiras a apagar o que aconteceu no ano passado. Vamos brigar por títulos nesta temporada”, disse o goleiro ao site oficial do clube.
Em 2009, o Palmeiras parou nas semifinais do Paulista e nas quartas da Libertadores. No Brasileiro, após liderar o torneio por 19 rodadas, terminou na quinta colocação e ficou sem vaga na Libertadores deste ano.
Segundo dados do clube, Marcos é o 12º jogador que mais vestiu a camisa do time. Nas próximas rodadas, ele pode ultrapassar Edu, com 472, e Galeano, com 474.
“O tempo vai passando e novos recordes vão surgindo. Minha preocupação está mais para o que acontece dentro de campo, mas é claro que essas marcas entram para a história e me dão mais motivação para continuar jogando”, falou.
MARCOS LEMBRA QUE NÃO TEM MOLEZA PARA CHEGAR AO TÍTULO
Se a vitória contra o Goiás tira um peso enorme das costas do Palmeiras, o goleiro Marcos alerta que a briga pelo título nacional está longe do fim. Clubes como São Paulo, Atlético-MG e Internacional ainda podem dar trabalho nas seis rodadas finais da competição. “A guerra está longe do fim”, definiu.
Ao Palmeiras, Marcos aconselha a mesma pegada do triunfo contra o Goiás. Mesmo com uma série de desfalques importantes, sobretudo os meio-campistas Cleiton Xavier e Pierre e o atacante Vagner Love, a equipe da capital paulista correu durante os 90 minutos, brigando por todas as bolas.
“A gente fala que nosso time não é melhor do que ninguém, nosso time é correria e os adversários vão precisam suar muito sangue para vencer o Palmeiras. Infelizmente, havíamos parado de correr em campo”, detectou o camisa 12.
Após quatro rodadas de tropeços, a reação alviverde veio em um momento fundamental, já que o rival São Paulo chegou a assumir provisoriamente a liderança de quarta para quinta-feira. Marcos aprovou a personalidade do elenco para esquecer a tabela de classificação.
“Sabemos que o São Paulo é uma equipe maravilhosa, fez um ótimo jogo contra o Internacional. A gente tem se dado bem com pressão, nosso time não tem se dado bem quando abre cinco pontos de vantagem. Quando temos poucos pontos à frente, jogamos bem”, comparou o pentacampeão mundial, que foi além ao descrever as cobranças no Palmeiras.
“O bicho pega aqui dentro. Jogador não é só ganhar dinheiro, a gente treina, trabalha e sabemos que tem pressão. Quem é mais experiente sabe que tem pressão e como é ruim quando perde. Os jogadores puderam sentir um pouco do que é pressão aqui. Estávamos bem conscientes do que fazer hoje, com a possibilidade de ter vaias da torcida se não jogássemos bem, mas tudo deu certo, a torcida nos apoiou o tempo todo, por isso que fomos ao meio-campo agradecer”, encerrou Marcos, citando a união do elenco no meio-campo ao fim do jogo.
Pronto para assinar a renovação de contrato com o Palmeiras por mais duas temporadas como jogador, o goleiro Marcos disse que espera continuar no clube “até morrer”.
Marcos ainda tem a proposta de mais três anos de vínculo para continuar na comissão técnica alviverde. Para o goleiro, a oferta feita pela atual diretoria – comandada pelo presidente Luiz Gonzaga Belluzzo – é motivo de extrema satisfação.
“Esse convite para integrar a comissão técnica é uma inovação e me deixa muito feliz. Minha vontade é permanecer no Palmeiras até morrer. Fico mais aqui do que na minha casa”, lembrou o camisa 12.
A renovação de contrato traz uma reflexão para Marcos. Consagrado, o arqueiro acredita que acertou em fazer toda a sua carreira no País. Depois da Copa do Mundo de 2002, ele chegou a realizar exames médicos no Arsenal, da Inglaterra.
“Essa nova diretoria do Palmeiras soube reconhecer todos os meus anos de casa. Hoje, eu tenho a convicção de que fiz certo de não ir para o Arsenal”, confirmou o pentacampeão mundial.
Marcos está ultimando sua última renovação como goleiro do Palmeiras
Palmeiras está mais perto de acertar a renovação de contrato com o goleiro Marcos até dezembro de 2011. O gerente de futebol do clube, Toninho Cecílio, teve uma conversa que avaliou como “muito proveitosa” com o jogador e a negociação está bem encaminhada.
“Houve poucas discordâncias, que não devem travar o acordo”, contou Toninho. No encerramento do acordo, Marcos terá 38 anos e deve pendurar as chuteiras. A diretoria ainda estuda se ele terá direito a um busto no clube, além de oferecer algum cargo na comissão técnica.
O novo contrato ainda não foi redigido, mas pode ser assinado já na semana que vem, depois do jogo com o Nacional, pelas quartas-de-final da Libertadores. “Não há motivo para pressa. Nós o queremos focado nos jogos”, disse Toninho. Entre luvas e salários, Marcos deve ganhar mais de R$ 200 mil mensais.
Quanto à chegada de reforços, a situação permanece indefinida. Toninho admitiu que está “muito difícil” contratar alguém até terça-feira, a tempo de ser inscrito para as quartas-de-final da Libertadores. O mais próximo é Reinaldo, do Grêmio, que já tem salários e tempo de contrato acertados, por um ano.
O técnico relembra as críticas de quando colocou o goleiro “com mais parafuso que um carro” como titular, em 2008. Com grande atuação nos 90 minutos e três pênaltis defendidos diante do Sport, Marcos completa 17 anos com a camisa do Palmerias e termina a semana renascido como ‘santo’. A apresentação do goleiro em Recife, porém, não surpreendeu Vanderlei Luxemburgo. O treinador até aproveitou a chance para lembrar das críticas que recebeu ao recolocar o ídolo no gol alviverde, em 6 de fevereiro de 2008.
“Fui um bosta quando coloquei o Marcos de titular. Falaram que eu tinha que deixar o Diego Cavalieri porque ele estava bem e o Marcos tinha mais parafuso do que carro”, recordou o treinador, que sacou o hoje reserva do Liverpool para a entrada do veterano arqueiro, recém-recuperado de cirurgia no braço.
Após perder quase toda a temporada de 2007 por lesão, Marcos retomou seu posto na derrota por 3 a 0 para o Guaratinguetá, pelo Campeonato Paulista. Terminou o torneio como campeão, agradecendo a oportunidade ao chefe. Mais de um ano depois, fechou a meta no Nordeste. Ou melhor, apenas cumpriu sua missão na visão de Luxemburgo.
“Contra o Sport, o Marcos não fez nada mais do que um grande goleiro tem que fazer. Se não fosse o Rogério Ceni, o São Paulo não seria campeão da Libertadores de 2005, como o Brasil não ganharia a Copa de 2002 se o Marcos não pegasse o que pegou contra a Alemanha”, apontou o comandante.
“O Marcos, o Rogério Ceni e o Dida são grandes goleiros. E grandes goleiros aparecem em grandes decisões, como fez o Marcos no Recife. Em mata-mata, fora de casa, a pressão é tanta que você fica encurralado, e é aí que o grande goleiro tem que aparecer”, enalteceu o técnico alviverde.
Elogios à parte, Luxemburgo ‘quase vetou’ a aparição de um dos maiores atletas da história do Verdão. Em 93, na primeira passagem do técnico pelo clube, o recém-chegado arqueiro não inspirava confiança, mas seguiu treinando com os profissionais referendado por Valdir Joaquim de Moraes, ídolo do gol palmeirense nos anos 60 e inventor da preparação de goleiros.
“Em 93, quando cheguei, ele era cabeludo e gordinho. O Seu Valdir me falou: ‘ele vai ser um grande goleiro’. E eu falei: ‘mas nunca vi goleiro gordo!’. Realmente ele virou um grande goleiro”, sorriu Luxemburgo, tentando tirar de si os méritos pelo sucesso do camisa 12.
“O Marcos está na história pelo que ele fez. Se não fosse eu, outro técnico também escalaria, como o Luiz Felipe Scolari o escalou na Libertadores que o Palmeiras ganhou, em 99. Qualquer um faria isso”, previu.