Depois de deixar o comando do Internacional no começo de outubro, o técnico Tite declarou, em entrevista à Rede Globo, que prefere não manter muito contato com seu ex-clube. Segundo o treinador, ele ainda nutre um forte sentimento pelo Colorado, de modo que procura evitar assistir às partidas.

Tite assumiu o comando do Inter em junho de 2008, terminando o Brasileirão daquele ano em 6° lugar. Nesse ano, em que se comemorou o centenário da equipe, o comandante ficou com o título gaúcho e amargou o vice-campeonato da Copa do Brasil, contra o Corinthians, e da Recopa Sul-Americana, contra a LDU. Perdeu o emprego devido ao rendimento ruim que mantinha no Campeonato Brasileiro desse ano.

O ex-treinador se encontra sem clube no momento. Cogitou-se uma possível transferência para o arquirrival do Colorado, o Grêmio, equipe em que Tite trabalhou de 2001 a 2003. Entretanto, a possibilidade foi descartada. “Tenho um respeito muito grande por times que têm treinador e não converso com esses clubes.”, esclareceu, ressaltando a competência de Marcelo Rospide, atual técnico tricolor.

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Tite deu a cara para bater. Diferente de muitos colegas de profissão, não mostrou irritação ou mágoas por sua demissão por parte do Inter. Após 16 meses no comando da equipe colorada, a direção decidiu trocar de treinador. Mesmo não sendo mais um profissional do clube, ele foi até o Beira-Rio explicar a sua saída.

“Agradeço a oportunidade de ter sido técnico do Inter. Fico muito orgulhoso por esse ano e meio que estive aqui, principalmente por ser da terra. Obrigado à direção que confiou em mim”, declarou antes do início da entrevista coletiva.

Tite viveu grandes momentos no Inter. Assim como enfrentou grandes dificuldades. Quando assumiu, em meio ao Brasileiro de 2008, emplacou uma série de bons resultados. Depois, ficou sob xeque devido a queda de rendimento da equipe e o distanciamento da zona da Libertadores, uma obsessão para 2009, o ano do centenário do clube.

Sem uma vaga para o torneio continental, o treinador se agarrou à Copa Sul-americana. Tendo encaixado a equipe nas últimas partidas da temporada, conquistou o título, assegurando sua permanência no Beira-Rio.

“O maior orgulho foi o jogo contra o Estudiantes lá, com 10 jogadores. É o maior dedo que tive em um título”, afirmou. Porém, lamentou a cultura do futebol brasileiro. “Em uma grande equipe, por vezes, passado o ciclo, há desgaste. Há a exigência de títulos. Isso é do ciclo do técnico de futebol”, comentou sobre a sua saída.

Em 2009, a direção queria todos os títulos. O Gauchão veio de maneira invicta, aliada a um futebol vistoso. A Copa do Brasil foi perdida somente na final para o Corinthians. “Gostaria de modificar a final da Copa do Brasil. Queria ter tido todos os jogadores a disposição”, declarou, comentando o único porém de sua passagem, que também contou com o título da Copa Suruga.

A perda do principal objetivo do primeiro semestre desestruturou tudo. Durante a derrota para o Botafogo, no Rio de Janeiro, o treinador teria se desentendido com o meia D’Alessandro. O fato foi negado, mas nunca com grande veemência. Nas suas últimas palavras como técnico do Inter, Tite evitou externar problemas internos.

“Problemas pessoais, problemas profissionais são do vestiário do Internacional”, deixando nas entrelinhas a existência de desavenças no âmago do elenco.

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