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Mirian revelou que Rafael já emprestou cerca de R$ 4 milhões ao CSA em 2023 — (Foto: Morgana Oliveira/Ascom CSA)
Vice-presidente diz que objetivo é reorganizar as finanças com a recuperação judicial: “Esse não é um lugar para aventureiros”.
Vice-presidente, Mirian Monte está participando ativamente da condução administrativa do CSA. Diante do cenário de incerteza sobre o futuro político do clube, com fala até de renúncia coletiva, a dirigente teve uma longa conversa com o ge nesta quinta-feira, revelou informações de bastidores e garantiu que trabalha com uma meta.
– No momento, estamos trabalhando incansavelmente esse processo de recuperação judicial. Em 60 dias, o clube estará equacionado, organizado administrativamente, com o plano de recuperação judicial protocolado, com o patrimônio do clube preservado, inclusive o CT, veículos e equipamentos, e com as obrigações trabalhistas, fiscais, cumpridas. A finalidade é ordenar o passivo e honrar os compromissos sem prejudicar o funcionamento do clube.
Perguntada sobre uma possível renúncia de Rafael Tenório, Mirian evitou bancar a saída do presidente licenciado. No entanto, assegurou que o dirigente está empenhado em reorganizar a casa.
– O que posso afirmar é que tenho visto todos os dias o presidente Rafael Tenório muito engajado na reorganização administrativa e financeira do CSA. De janeiro até agosto, muito foi feito para tentar trazer o equilíbrio financeiro, sendo a principal medida o ajuizamento da recuperação judicial, evitando assim o bloqueio e o leilão de bens do clube – afirmou.
A presidente acrescentou que Rafael Tenório precisou emprestar dinheiro ao clube para honrar os compromissos básicos e revelou valores.
– Porém, esse equilíbrio foi alcançado, também, a partir de empréstimos feitos pelo presidente ao clube. Pelo menos, R$ 4 milhões tiveram que ser aportados através do Rafael Tenório, cumprindo toda formalidade necessária, com aprovação do conselho, sem garantia de patrimônio nenhum do clube, mas algo pessoal dele, para manter em dia os compromissos, para que os salários estivessem em dia, para que os serviços fossem prestados, compras fossem realizadas, para que a obra fosse continuada.
Mirian ainda comentou que o clube aguarda receitas que estavam previstas para o primeiro semestre deste ano, mas ainda chegaram.
– Afinal, é sempre bom lembrar que embora tenham sido firmados patrocínios públicos e privados, nem sempre ingressam nos cofres no momento esperado. Mas as contas não deixam de vencer, os atletas não entram em campo sem receber, a cozinheira não pode cozinhar se não houver insumos e um time competitivo não se monta sem um lastro financeiro e sem gestão de recursos e sem estrutura de treinamento e recuperação.
A presidente disse que a gestão do futebol precisa de pessoas que tenham comprometimento e responsabilidade financeira.
– Além de dinheiro, também é preciso ter tempo e disponibilidade para tomar decisões, contingenciar crises e enfrentar um ambiente de paixões, de cobranças por resultados e de exposição na mídia, nem sempre positiva.
Segundo a dirigente, há uma exposição negativa do clube.
– Também estou vendo julgamentos no tribunal da internet, muitas vezes incendiados por desinformação, muitas vezes veiculadas por quem deveria informar. Isso tudo desestimula, massacra, fere, ofende e prejudica a todos, indistintamente. Quem sofre é o clube, a instituição.
Diante do cenário, Mirian Monte deixou um recado para quem pensa em assumir o CSA, se houver mesmo renúncia coletiva da atual diretoria executiva.
– Estarei ao lado do presidente Rafael Tenório, ajudando como eu puder, com conhecimentos jurídicos, de gestão, ou mesmo com um ombro forte para oferecer, quando o cansaço bater, e para que ele alcance o objetivo de equacionar o clube nesses 60 dias. Ele gosta de metas, então vamos cumprir essas metas. Também gosto – salientou o dirigente, e acrescentou:
– O que vai acontecer depois, não me cabe tentar adivinhar. Porém, por tudo o que tenho vivido e presenciado, o CSA jamais será abandonado por quem o fez ser gigante, seja para passá-lo para uma nova diretoria, que se responsabilize de manter o clube com todos os compromissos financeiros, sociais, jurídicos e esportivos em dia, seja para dar continuidade à sua gestão. Mas uma coisa é certa: esse não é um lugar para aventureiros.
Arivaldo Maia e Denison Roma – Redação do ge – Alagoas