Flamengo: Vitor Pereira ressalta ‘desafio enorme’ ao assumir o rubro-negro
   5 de janeiro de 2023   │     12:00  │  0

Vitor Pereira conversa com jogadores do Flamengo no Ninho do UrubuVitor Pereira conversa com jogadores do Flamengo no Ninho do Urubu – (Foto: Marcelo Cortes/CBF)

Substituto de Dorival Júnior no comando do Flamengo, o técnico Vitor Pereira foi apresentado oficialmente nesta terça-feira, no Ninho do Urubu. Ele assinou contrato com o clube até dezembro deste ano, com a missão de ao menos repetir os resultados do time na temporada passada, quando foi campeão da Copa do Brasil e da Libertadores.

O treinador destacou que é um “desafio profissional grande” assumir o rubro-negro, diante das ambições da equipe em 2023. O maior sonho do Flamengo no ano é vencer o Mundial de Clubes, em fevereiro.

Em seguida, Vitor Pereira foi perguntado sobre sua saída do Corinthians, alvo de polêmica desde que a notícia de que ele iria para o Flamengo foi confirmada.

– Eu e a minha equipe técnica viemos por um ano para conhecer o futebol brasileiro e ver se havia nível técnico. O contrato era de um ano, não de dois ou três, e esse ano de contrato foi cumprido na íntegra com responsabilidade, dedicação, sofrimento. O que eu falei foi que eu acabaria o contrato e iria para casa. Infelizmente, minha família lida com uma situação séria, e pelo desgaste que eu sei que essa situação de saúde provoca em toda a minha família, eu sempre disse que iria para casa para apoiá-la. Isso foi sempre muito claro e sempre fui muito honesto dentro do clube, ao dizer que a minha decisão seria voltar para Portugal. Não houve mentira absolutamente nenhuma. Depois de o campeonato ter acabado, surge um clube da dimensão do Flamengo e surge a primeira conversa que tivemos e eu fiquei pensando. O Flamengo tem pela frente um ano de grandes desafios e tem um elenco de grande qualidade. Do ponto de vista profissional, acho que não tem nenhum treinador no mundo que não ficaria pensando sobre uma oportunidade dessa. Com quem eu tinha que falar era a minha família, com quem eu tenho compromisso. Não devo nada a ninguém, dei tudo de mim.

Confira outros pontos da entrevista coletiva:

Estilo de jogo

“Cada treinador tem a sua ideia de jogo bem definida. Umas das razões de eu ter decidido agarrar esse projeto foi a ideia ambiciosa e a qualidade do elenco. A minha ideia é fazer um jogo que permita aos jogadores expressar suas qualidades e características, e ao mesmo tempo ser consistente. Temos pouco tempo, mas temos a experiência para ir agilizando essa forma de jogar”.

“Gosto de um jogo agressivo, de pressão, de posse e de domínio. Essa foi uma das ambições que me trouxeram ao Flamengo”.

Relação com Jorge Jesus

“Nós nos enfrentamos por dois anos, eu no Porto e ele no Benfica. Foi depois que desenvolvemos uma certa amizade. Eu admiro cada vez mais os treinadores, porque somos agressivos e isso passa a impressão de ignorância. Eu e ele somos parecidos, somos emotivos, no gramado e nos treinos. A nossa amizade é algo que eu aprecio.

Treinadores estrangeiros

“Há uma diversidade tática muito grande, e por isso que esse campeonato, além do calendário, se torna complicado. A Inglaterra tinha um jogo padronizado, e quando os treinadores estrangeiros começaram a partilhar suas ideias, o jogo evoluiu de uma forma rápida. Só temos a ganhar com a partilha do conhecimento. Os estrangeiros têm muito a evoluir com os brasileiros. Os brasileiros também conseguem acrescentar algo a eles convivendo conosco”.

Identidade do time

“Foi um trabalho bem feito, com muitos títulos. Não vou pintar a casa de novo, eu e a minha equipe técnica vamos pintando nas cores que queremos, divisão por divisão. Para a casa ficar construída da nossa forma, leva algum tempo. Mas a minha experiência me permite ir direto aos comportamentos, sem perder muito tempo, e já começamos a alinhar as minhas ideias”.

Disputas por posição no elenco

“A grande diferença entre os jogadores é a capacidade de manter a ambição mesmo depois de ganhar muitos títulos. E outro aspecto é a competitividade, manter o nível competitivo até o final de suas carreiras. E quem vai se beneficiar dessa competição é o Flamengo”.

Pedro e Gabigol jogando juntos

“Provavelmente sim. Eles já provaram isso, ganharam títulos jogando assim, então por que não?”

Planejamento para o início da temporada

“Muitos poucos clubes no mundo jogarão tanto quanto o Flamengo. A densidade de jogos é tão grande que vamos precisar gerir da melhor forma. Preciso transmitir as ideias e alinhar com os jogadores, mas também precisamos jogar. Espero ter a possibilidade de colocá-los para competir até o jogo contra o Palmeiras, que é o próximo grande duelo e título a disputar. Essa é a prioridade”.

Arivaldo Maia com Redação do EXTRA