Vicente Del Bosque: o ‘operário’ que constrói o sonho espanhol
   7 de julho de 2010   │     0:06  │  0

Del Bosque está bem perto de entrar para a história com o selecionado da Espanha

Era junho de 2003. Um dia após o Real Madrid levar o título espanhol, o presidente Florentino Pérez anunciou que não renovaria o contrato de Vicente Del Bosque. O treinador que havia conquistado um mundial, dois europeus e dois nacionais em apenas quatro anos estava dispensado depois de mais uma taça. A megalomania de Pérez buscava alguém mais famoso, de roupagem moderna, um técnico “midiático”, para usar palavra da moda. Pérez queria grife no comando de seus galácticos. Apesar de vitorioso no campo, Del Bosque não fala inglês, não tem arroubos de estrela, não compra roupas pela etiqueta. Não servia, portanto, porque era “um simples operário espanhol”, como definiu um jornalista do país.

Operário talvez seja mesmo o melhor nome para o técnico espanhol. Ele nunca foi um gênio, nem como jogador e tampouco como treinador, mas, assim mesmo, construiu bela carreira. Volante, fez mais de 300 partidas pelo Real Madrid entre 1973 e 1984. Com a camisa espanhola foram 18 participações e um gol.

Mudou de profissão e passou outros nove anos no Real, entre treinador de categorias de base, auxiliar e técnico do time principal até a demissão de 2003. Teve passagem sem destaque pelo turco Besiktas, logo depois, antes de assumir a seleção em 2008. Agora, na Copa, já igualou a melhor campanha espanhola no torneio e mantém vivo o sonho do inédito título.