Desempregado, Muricy curte dias livres com a família
   20 de março de 2010   │     0:04  │  0

MURICY RAMALHO ESTÁ APROVEITANDO  SEU TEMPO LIVRE PARA DESCANSAR
MURICY RAMALHO ESTÁ APROVEITANDO SEU TEMPO LIVRE PARA DESCANSAR

Quando era adolescente, Muricy Ramalho madrugava para ajudar nas tarefas do pai, que tinha um box no Mercado Municipal de Pinheiros. Na época, o programa insólito o aborrecia. Com o tempo, passou a fazer parte de seus hábitos. Ir às compras se transformou em lazer e terapia – e hoje mais do que nunca virou frequentador de supermercado. Com tempo livre – “sou desempregado” – desde a demissão no Palmeiras, se encarregou de tarefas domésticas, como abastecer a despensa ou aventurar-se na cozinha. “Sou curioso no fogão”, advertiu. “E às vezes ajudo a lavar a louça”.

A rotina de Muricy mudou em 18 de fevereiro, menos de 24 horas depois de o Palmeiras levar surra de 4 a 1 do São Caetano, pelo Campeonato Paulista. A sova fechou seu curto ciclo no Palestra Itália, interrompido aos sete meses, período no qual acumulou 13 vitórias, 11 empates e 10 derrotas. A saída inglória o incomoda, tanto que faz poucas referências ao clube. Mas lhe devolveu a chance de ficar um tempo a mais em casa, seu passatempo favorito.

O que é um martírio para muitos treinadores, para Muricy é motivo de descontração. “Ainda não senti falta do dia a dia do futebol”, admitiu. “Curto este momento. Vejo técnicos que saem de um clube para o outro e entendo, pois não têm muita paciência de ficar em casa. Mas adoro minha casa. Saio só para acompanhar minha mulher”, contou, entre cafezinhos que acompanharam a entrevista exclusiva à Agência Estado em uma padaria da região do Morumbi, bem perto de sua casa.

Aliás, é por ali, nas alamedas próximas ao estádio onde passou os melhores momentos de sua carreira como técnico tricampeão brasileiro pelo São Paulo, que Muricy aproveita o tempo livre. Entre as atividades diárias que mais o entretêm estão os passeios com suas cadelas, a yorkshire July e a maltês Tuti. Toda manhã, tarde e início de noite Muricy é visto na principal praça do bairro em companhia das duas. “Estão mais famosas do que eu”, divertiu-se.

Muricy está sem clube, não tem pressa de voltar, mas não esquece da bola. A televisão é companheira fiel e alimenta o vício pelo futebol. Não são raros os dias em que o dono de casa assiste a três, quatro jogos. “Fico ligado em tudo mesmo, Série A, Terceira Divisão, futebol europeu. Além de ser meu trabalho, eu gosto muito de futebol, ao contrário de muitas pessoas que estão por aí”, afirmou, sem esquecer das famosas cutucadas. “Além disso, o telefone da gente não para. Toda hora tem alguém ligando para trocar informações (detalhe: o celular de Muricy é programado para receber resultados dos jogos. A cada gol, uma mensagem é recebida)”.

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