Os jogadores da seleção brasileira não surpreenderam no discurso após perderem por 2 a 1 para a Bolívia, ontem, resultado que encerrou uma série de 19 jogos sem derrotas da equipe de Dunga, e culparam a tão combatida altitude pelo insucesso.
Desde que as eliminatórias sul-americanas ganharam o formato atual, na competição classificatória para 2002, o Brasil é o único país que não ganhou ao menos um jogo disputado a mais de 2.500 m — La Paz, sede da partida de ontem, está localizada a 3.600 m do nível do mar.
“Até mesmo quem tem mais pulmão não conseguiu jogar. Eu comecei a sentir no aquecimento. Imagine então o resto do pessoal? É complicado demais jogar aqui na altitude”, reclamou o goleiro Júlio César.
“É complicado jogar aqui. Nunca tinha jogado com tantas dificuldades para respirar. Pelas minhas características, atrapalhou um pouco. Mas tentei me esforçar. O importante é que todos lutaram”, adicionou o atacante Nilmar, autor do único gol brasileiro.
Além da dificuldade histórica na altitude, a equipe não contou com vários titulares. Os zagueiros Lúcio e Juan foram cortados por contusão, enquanto o volante Felipe Melo e o atacante Robinho nem convocados foram para a última rodada dupla das eliminatórias.
O volante Gilberto Silva, o meia Kaká e o atacante Luís Fabiano, todos titulares, foram chamados, mas ficaram em Campo Grande, o Brasil encerra na quarta sua participação na competição, contra a Venezuela.
Em sua última partida, a seleção tentará assegurar o título simbólico das eliminatórias. Atualmente, o time nacional soma os mesmos 33 pontos do Paraguai, que leva desvantagem nos critérios de desempate. O Chile, que tem 30, também já está classificado para a Copa.