Luxemburgo: “Quando escalei o Marcos, eu era um bosta”
   17 de maio de 2009   │     0:11  │  0

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Marcus e Vanderlei sempre se entenderam muito bem

O técnico relembra as críticas de quando colocou o goleiro “com mais parafuso que um carro” como titular, em 2008. Com grande atuação nos 90 minutos e três pênaltis defendidos diante do Sport, Marcos completa 17 anos com a camisa do Palmerias e termina a semana renascido como ‘santo’. A apresentação do goleiro em Recife, porém, não surpreendeu Vanderlei Luxemburgo. O treinador até aproveitou a chance para lembrar das críticas que recebeu ao recolocar o ídolo no gol alviverde, em 6 de fevereiro de 2008.

“Fui um bosta quando coloquei o Marcos de titular. Falaram que eu tinha que deixar o Diego Cavalieri porque ele estava bem e o Marcos tinha mais parafuso do que carro”, recordou o treinador, que sacou o hoje reserva do Liverpool para a entrada do veterano arqueiro, recém-recuperado de cirurgia no braço.

Após perder quase toda a temporada de 2007 por lesão, Marcos retomou seu posto na derrota por 3 a 0 para o Guaratinguetá, pelo Campeonato Paulista. Terminou o torneio como campeão, agradecendo a oportunidade ao chefe. Mais de um ano depois, fechou a meta no Nordeste. Ou melhor, apenas cumpriu sua missão na visão de Luxemburgo.

“Contra o Sport, o Marcos não fez nada mais do que um grande goleiro tem que fazer. Se não fosse o Rogério Ceni, o São Paulo não seria campeão da Libertadores de 2005, como o Brasil não ganharia a Copa de 2002 se o Marcos não pegasse o que pegou contra a Alemanha”, apontou o comandante.

“O Marcos, o Rogério Ceni e o Dida são grandes goleiros. E grandes goleiros aparecem em grandes decisões, como fez o Marcos no Recife. Em mata-mata, fora de casa, a pressão é tanta que você fica encurralado, e é aí que o grande goleiro tem que aparecer”, enalteceu o técnico alviverde.

Elogios à parte, Luxemburgo ‘quase vetou’ a aparição de um dos maiores atletas da história do Verdão. Em 93, na primeira passagem do técnico pelo clube, o recém-chegado arqueiro não inspirava confiança, mas seguiu treinando com os profissionais referendado por Valdir Joaquim de Moraes, ídolo do gol palmeirense nos anos 60 e inventor da preparação de goleiros.

“Em 93, quando cheguei, ele era cabeludo e gordinho. O Seu Valdir me falou: ‘ele vai ser um grande goleiro’. E eu falei: ‘mas nunca vi goleiro gordo!’. Realmente ele virou um grande goleiro”, sorriu Luxemburgo, tentando tirar de si os méritos pelo sucesso do camisa 12.

“O Marcos está na história pelo que ele fez. Se não fosse eu, outro técnico também escalaria, como o Luiz Felipe Scolari o escalou na Libertadores que o Palmeiras ganhou, em 99. Qualquer um faria isso”, previu.

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