Caso Dodô revoluciona Justiça e STJD não é mais última instância
   1 de fevereiro de 2009   │     0:06  │  0

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Caso Dodô evidenciou a Corte Arbitral do Esporte (CAS)

O atacante dos gols bonitos, Dodô, foi obrigado a adiar na semana que passou, mais uma vez, o seu retorno aos gramados. O atleta, que chegou a ser absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva em 2008 pela acusação de doping (foi encontrada na urina do atleta a substância Femproporex, um moderador de apetite), viu a FIFA e Agência Mundial Anti-Doping (WADA) encaminharem Recurso a Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Dodô foi suspenso do futebol por dois anos e teve seu Recurso negado na última quinta-feira, dia 29 de janeiro, no Tribunal Federal da Suíça. O caso Dodô, apesar de ter prejudicado a carreira do atleta, serviu como base para reorganizar a estrutura da justiça desportiva brasileira e mundial e para levantar alguns questionamentos. Aconteceram mudanças na competência e na jurisdição do esporte. A Corte Arbitral do Esporte (CAS) passou a ser a entidade máxima da justiça do desporto no mundo. O STJD não é mais como muitos achavam, a última instância do desporto brasileiro.

“Pela fundamentação da Corte Suíça, a priori, a CAS teria competência também não vinculada ao doping. Hoje é possível a revisão de qualquer processo disciplinar do desporto na Corte Arbitral do Esporte”, falou Dr. Marcos Mota, o advogado que defendeu Dodô no caso.

Outro fato que surpreendeu foi a postura da FIFA, diante do caso. O Presidente da entidade, Joseph Blatter, afirmou que a condenação do atleta na esfera simbolizava a luta contra o doping no mundo. Apesar da bandeira defendida pela entidade, jogadores como Athirson e Romário também  foram flagrados no mesmo exame, respectivamente, em 2000 e no final de 2007. A FIFA não se pronunciou no primeiro caso. Sobre Romário, a entidade chegou a requerer a cópia do processo, mas desistiu de entrar com a ação na Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Romário era embaixador da candidatura brasileira a Copa de 2014. Outro detalhe importante, é que no mesmo ano em que Dodô foi suspenso, em 2007, outros dez jogadores foram pegos no exame antidoping no Brasil, mas em nenhum desses casos a FIFA recorreu da decisão do STJD.

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