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Milla: o homem que mudou a história do futebol africano em quatro horas
   24 de março de 2010   │     0:11  │  0

MILLA ABRIU OS OLHOS DO MUNDO PARA O FUTEBOL DA ÁFRICA
MILLA ABRIU OS OLHOS DO MUNDO PARA O FUTEBOL DA ÁFRICA

Roger Milla é a prova de como uma Copa do Mundo pode mudar a vida de um jogador. Até 1990, já com 16 anos de serviços prestados à seleção camaronesa, provavelmente passaria anônimo em uma rua de São Paulo, Londres, Buenos Aires ou Berlim. Desembarcou na Itália apenas como mais um africano cujo papel, em tese, seria o de figurante. Mas em cinco jogos, todos saídos do banco de reservas, marcou quatro gols e transformou a própria história.

Levou um país africano pela primeira vez às quartas de final e virou rei em Camarões, ídolo na África e querido em todo o planeta. No total foram só quatro horas em campo em todo o torneio, que valeram mais do que os 16 anos anteriores.

– Hoje o olhar do mundo para o futebol africano é completamente diferente do de 1990 e isso começou por causa daquela seleção. Sei que passei a ser visto de outra forma também, dentro e fora de Camarões, mas quem me conhece sabe que continuo a mesma pessoa – diz Mill.

As atuações na Copa de 90 fizeram de Milla um homem influente em Camarões. Ele carrega o título símbólico de embaixador do país, dado pelo governo, e é chamado de vossa excelência nas ruas. Também ficou rico, mas conserva a simplicidade e a elegância até para descrever seu lance mais famoso naquela Copa. Na prorrogação contra a Colômbia, pelas oitavas de final, roubou a bola do goleiro Higuita e fez seu segundo gol na vitória por 2 a 1.

– Já encontrei Higuita várias vezes depois daquele gol, sempre com muito respeito. Considero-o um dos melhores goleiros de todos os tempos e sei que ele me vê também como um grande jogador. Naquele lance não tive a intenção de menosprezar ninguém, ele simplesmente aconteceu – relembra.

Milla conta que absolutamente nada naquela Copa foi previamente planejado. Nem as famosas comemorações rebolando na bandeirinha de escanteio, muito menos a classificação para as quartas de final.

– Ninguém esperava que pudéssemos ir tão longe, nem mesmo nós. Mas depois que vencemos na estreia contra a Argentina, que era a atual campeã, vimos que era possível ao menos avançar às oitavas de final. completou Milla;

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