Casagrande revela isolamento na Globo e conta bastidores de saída no Bola da Vez: ‘Achei estranho’
   19 de agosto de 2022   │     17:00  │  1

Casagrande participa do Bola da Vez, da ESPN, ao lado de André Plihal, Celso Unzelte e Gian Oddi.

Casagrande participa do Bola da Vez, da ESPN, ao lado de André Plihal, Celso Unzelte e Gian Oddi.

(Foto: Divulgação / Estadão)

Comentarista explica relação com a emissora carioca, mas se diz surpreso por decisão às vésperas da Copa do Mundo.

O ex-jogador Walter Casagrande Júnior revelou ao programa Bola da Vez, da ESPN, bastidores de sua saída da Globo, ocorrida no mês de julho. O comentarista afirmou que se sentia isolado na emissora carioca e que começou a perceber rompimento quando deixou de comentar os jogos da seleção brasileira.

“O que eu achei muito estranho, sinceramente, foi eu sair três meses antes de uma Copa do Mundo, sendo que desde 1999 eu fui o principal comentarista da seleção brasileira. Todas as Copas, Olimpíadas, todos os jogos da seleção brasileira até 2018, na Copa, fui eu que fiz sempre. Trocava o outro comentarista, mas eu, o Galvão (Bueno) e o Arnaldo (Cezar Coelho) sempre permanecemos, desde 1999. Então, quando começou eu sair dos jogos da seleção brasileira, eu já comecei a perceber uma estranheza”.

O último jogo do Brasil em que Casagrande esteve presente foi em novembro de 2021.

Casagrande reafirmou que a saída da Globo se deu em comum acordo. O ex-jogador explicou que já amadurecia a ideia de deixar a emissora há alguns anos, mas que partiram da Globo as conversas para sua saída antes do fim do contrato. Casagrande tinha vínculo até o fim de 2022 e estaria escalado para cobrir a Copa do Mundo do Catar.

“Foi questão de escolha. Eu já expliquei. Quando vai acontecer um divórcio, mesmo que as duas partes queiram aquilo ali, alguém tem que tomar a iniciativa, alguém tem que chamar: ‘A gente não está se relacionando bem, vamos nos separar’. Alguém tem que tomar a iniciativa e a iniciativa não veio da minha parte. Mesmo eu querendo sair, fazia uns três anos que eu estava pensando nisso, amadurecendo”.

Mas eu pensei: ‘Eu tenho que ter certeza, porque eu estou seguro aqui. Uma empresa que eu trabalho há 25 anos, conheço como funciona, sei meus limites.’ Eles sempre me deram a liberdade de me posicionar sobre qualquer coisa”, disse Casão.
Casagrande também explicou que nos últimos tempos se via como uma voz isolada dentro da Globo e que seu estilo já não parecia corresponder mais ao que a nova direção da emissora esperava.

“Quando eu fui contratado, me disseram assim: ‘Estou contratando aquele comentarista da ESPN, que dá opinião direta, não tem relação com ninguém, é totalmente independente. Se vier aqui e, só porque é TV Globo, vai ficar em cima do muro, eu não quero. Quero aquele cara lá, estamos precisando de um cara de opinião’. Eu fiquei à vontade. De uns três anos para cá, eu comecei a perceber uma diferença em relação aos meus posicionamentos. O que antes tinha eco, parou de ter eco”, iniciou o comentarista.

“Havia companheiros de televisão se posicionando politicamente ou na parte social, ou cobrando um posicionamento de desmatamento da Amazônia, vacina, isolamento social. Enfim, sobre tudo o que nós passamos nos últimos tempos tinham pessoas se posicionando e eu fazia eco para essas pessoas.

A partir de um determinado momento, só ficou eu falando, sem eco, mudavam de assunto e eu comecei a perceber que eu estava sendo um pouco isolado. Ou seja, a nova direção tinha um outro modo de trabalhar. Eu não sou contra, respeito e não tenho bronca nenhuma. Isso é uma questão de escolha”, finalizou Casagrande.

Arivaldo Maia com matéria do Estadão

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