Lázaro e o talento desabrochado no profissional do Flamengo pelas mãos de Paulo Sousa: “Dá atenção e valor”

Lázaro em entrevista ao Globo Esporte — (Foto: Cahê Mota / GE)

Joia nos tempos de base e questionado por intensidade nos tempos de Ceni e Renato, jovem de 20 anos diz que tratamento dado pelo português fez a diferença para bom início de temporada.

Carinho e confiança. Não foi preciso muito para Paulo Sousa desvendar o mistério que impedia que Lázaro desempenhasse entre os profissionais o potencial que o colocou na lista de joias do Flamengo que rendeu frutos como Vini Jr., Paquetá e Reinier. Em 2022, o talento do garoto de 20 anos desabrochou e o transformou em uma das melhores surpresas da temporada.

Os números são incontestáveis. Nos dois primeiros anos entre os profissionais, Lázaro entrou em campo 17 vezes, apenas duas como titular e ainda não tinha marcado gols. Com Paulo Sousa, já igualou as 17 aparições, foi titular 10 vezes, fez os dois primeiros gols no time de cima e é, ao lado de Arrascaeta, o principal garçom na temporada: com seis passes decisivos.

– Acredito que quando você tem uma pessoa que te chama para conversas e fala onde tem que melhorar querendo realmente te ajudar, te dando a devida atenção, ela te dá o valor. É aí que você para e pensa: “Realmente, se eu fizer isso, vou ser reconhecido”. Quando se tem isso, você fica mais tranquilo, confiante e entrega mais.

“É totalmente diferente quando uma pessoa vem, te ajuda e fala para ficar tranquilo. Até mentalmente você se sente bem e mais confiante”

Mais do que identificar o talento, Paulo Sousa insistiu em Lázaro. Primeiro, testou o garoto como ponta-direita, observou pelo meio e encontrou na ala esquerda a posição que o fizesse ter atuações de destaques em jogos grandes, como a Supercopa, contra o Atlético-MG, e os confrontos com São Paulo e Palmeiras pelo Brasileirão.

A intensidade tão cobrada por técnicos como Rogério Ceni e Renato Gaúcho ficou em segundo plano para o jovem que nunca teve o talento questionado. Agora, a ordem é se entregar com e sem bola enquanto tiver fôlego. E está aí um ponto a ser melhorado. Das 17 partidas em 2022, em apenas duas Lázaro permaneceu os 90 minutos em campo.

– Hoje, graças a Deus, tenho uma maior facilidade para marcar e jogar. Sou novo ainda, tenho muito a aprender, vai ter jogo que não vou aguentar ficar nesse bate e volta, mas vou fazer meu melhor para suportar os jogos com mais frequência.

Em bate-papo com o GloboEsporte, Lázaro falou da pressão de seguir uma linhagem que rendeu frutos técnicos e financeiros ao clube, da decisão de não ser negociado, dos conselhos de Paulo Sousa e da emoção da mãe ao vê-lo abrir a série de pênaltis na final da Supercopa.

Há pouco, em Santiago do Chile, Lázaro fez o terceiro gol, do Mengo , um gol de craque. Até aqui, metade do 2º tempo, Universidade 2 x 3 Fla, que acabou como resultado final.

Após assistência, Lázaro, do Flamengo, recebe o carinho de Gabigol — (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Arivaldo Maia com Cahê Mota, Eric Faria e Ivan Raupp – Redação do ge – Rio de Janeiro

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