Críticas ao trabalho de Abel Ferreira no Palmeiras passaram dos limites das quatro linhas
   26 de fevereiro de 2022   │     19:00  │  0

Abel Ferreira tem sido alvo de críticas que ultrapassaram os limites do campo (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Abel Ferreira tem sido alvo de críticas que ultrapassaram os limites do campo (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Foto: Lance!

Técnico é idolatrado pela esmagadora maioria da torcida palmeirense e respeitado por boa parte dos rivais, mas tem sido bastante perseguido por parte da mídia especializada.

Há menos de um ano meio no comando do Palmeiras, Abel Ferreira já atraiu milhões de fãs entre os torcedores do clube. Não é à toa que com o espírito palmeirense, o ótimo trabalho realizado e os títulos conquistados, ele virou ídolo. No entanto, ele segue sendo contestado por alguns setores da mídia especializada e as críticas têm saído bastante dos limites das quatro linhas.

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A própria torcida do Alviverde sabe que o jogo do time não é o mais bonito do mundo e a proposta nem é essa, mas tem certeza que se trata do grupo mais competitivo e mais bem treinado em muitos anos. A quantidade de jogadores que foram potencializados, as inúmeras variações apresentadas nesse período e as soluções tiradas “da cartola” em jogos decisivos são suficientes para mostrar que é preciso respeitar o que o técnico português tem feito.
Comparar com A ou B é ingrato, tanto com Abel quanto com o personagem com o qual se estabelece a comparação. São grupos diferentes, circunstâncias diferentes, diretorias diferentes, condições diferentes… Falar que um é melhor que o outro se baseia apenas em nossos próprios gostos e cada um tem o seu, quando começamos a criticar o do outro, perdemos a razão na argumentação.

E muitos têm perdido a razão, como pudemos ver recentemente. Sem conseguirem criticar taticamente ou com argumentação ponderada, esses profissionais da mídia especializada passaram a perseguir tanto o técnico palmeirense quanto os admiradores dele, principalmente após o vice no Mundial de Clubes. O discurso estava pronto e bem armado para quando o Chelsea vencesse o clube brasileiro, porque é na derrota que eles aparecem.

O clubismo, há décadas e décadas conhecido por quem acompanha a mídia esportiva, é até normal nessas circunstâncias. Todo profissional de imprensa no meio do futebol tem seu time do coração, isso é um fato. Acontece que essa questão tem ultrapassado os limites aceitáveis, tanto é que as críticas também têm saído das quatro linhas e partido para lugares bastante perigosos.

Na última quinta-feira um episódio deixou isso bem claro e nem vale citar aqui, pois já foi amplamente difundido por diversos veículos. Mas realmente foi mais um sintoma de uma normalização do “vale-tudo” nas críticas. Ironizar e menosprezar espectadores e leitores já era comum, agora até familiares passaram a ser atacados nesse exagero de demonstrar sua raiva por algo que não concorda. Até onde aprendi, isso não é opinião, muito menos jornalismo.

Que tipo de contribuição isso traz para o debate do futebol? Como queremos dar passos à frente aqui no Brasil se negamos o que parece ser bom (e é), apenas porque não torço para o time X e não gosto de como joga a equipe Y? Ao que parece, o objetivo não é debater, é exaltar o meu clube quando ganha, e criticar o seu quando ele perde. Não há aprendizado, somente animosidade.

Sem citar nomes ou responder críticas, Abel vem distribuindo várias carapuças nas declarações que dá em suas ótimas entrevistas coletivas e muitas delas tem servido perfeitamente por aí. Chegaram até a dizer que ele não fala de futebol quando fala com a imprensa, mas na verdade o que se encaminha agora é o contrário, pois para falar de Abel cada vez menos se fala de futebol.

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