Brasil vai às Olimpíadas de Inverno com a melhor equipe da história, mas sem chance de pódio
   19 de janeiro de 2022   │     15:00  │  0

Brasil bobsled Olimpíadas de Inverno — Foto: Girts Kehris/IBSF

Brasil bobsled Olimpíadas de Inverno — (Foto: Girts Kehris/IBSF)

Com onze atletas, a equipe não é a maior da história, mas com certeza a mais bem preparada em busca de resultados importantes; medalha ainda é um sonho muito distante.

Com onze atletas, a equipe brasileira para as Olimpíadas de Inverno, que começam no dia 4 de fevereiro, em Pequim, na China, já foi divulgada. Se os atletas ainda estão distantes de brigar por uma medalha, o time nunca chegou tão preparado como agora para conseguir metas importantes, como recordes pessoais, resultados entre os 20 melhores e até mesmo um sonhado top 8 com Nicole Silveira, no skeleton.

Por razões óbvias, o Brasil está longe de ser uma potência nos Jogos de Inverno. Por aqui, neva uma vez ou outra em apenas uma região do Brasil, então, como acontece em todas as edições, nossos atletas moram fora ou são oriundos de esportes de verão.

Apesar da pandemia, que não alterou o ciclo de quatro anos das Olimpíadas de Inverno, que será disputada, assim como o previsto, em 2022, os atletas brasileiros tiveram a melhor preparação da história. Se a estrutura ainda não é a ideal por aqui, muitos puderam competir bastante em diversas competições pela América do Norte e Europa nos últimos anos, ganhando experiência e “ritmo de competição”.

Nicole Silveira, do skeleton, é a principal chance de um bom resultado. Com diversas medalhas na Copa América e um top 10 em etapa da Copa do Mundo, tem chances de ser top 10 nas Olimpíadas e até mesmo chegar ao grupo das oito melhores. Se atingir tal feito, vai chegar ao melhor resultado da história do país nas Olimpíadas de inverno entre todas as modalidades, superando o nono lugar de Isabel Clark no snowboard em 2006.

Ela mora no Canadá, em Calgary, uma cidade que respira esporte de inverno. O trenó dela é de altíssima qualidade e deixa pouco a desejar ao das melhores do mundo. Só poderia ser melhor se fosse feito sob medida para ela, algo poucas competidoras possuem. Nicole tem estrutura parecida com suas principais rivais, o que falta é tempo no esporte, já que começou no skeleton há apenas quatro anos.

A equipe de bobsled, que já tem até uma certa tradição em participações olímpicas, desde 2002 esteve em todas as edições – menos na de 2010, está há quase cinco meses no exterior. Uma pista de arrancada montada em São Caetano, na região metropolitana de São Paulo, ajudou na preparação antes da viagem. Aos poucos, a equipe vai ganhando mais estrutura. Ser top 20 é um objetivo difícil, mas palpável.

Nas provas de ski, a chance de grande resultado é com Sabina Cass, do esqui livre. Ela, que representou os EUA por alguns anos, quando ganhou medalha em um Mundial júnior, estará em Pequim pelo Brasil. Tem apenas 19 anos.

No esqui cross country, o Brasil conseguiu três vagas, duas no feminino, graças aos bons resultados obtidos em etapas da Copa do Mundo que valiam pontos na classificação. No cross country, como as provas contam com quase cem atletas, um resultado interessante seria um top 60 ou top 70. Por fim, Michel Macedo disputa o esqui alpino, modalidade na qual não conseguiu terminar nenhuma prova nas Olimpíadas de 2008.

Portanto, apesar da equipe ser menor do que a de 2014, por exemplo, quando foram 13 atletas, os resultados têm tudo para ser melhores. Claro que nenhum atleta vai brigar diretamente pelo pódio, mas as posições tendem a ser melhores do que nas últimas edições das Olimpíadas.

Sabrina Cass está classificada no esqui livre — Foto: Tom Pennington /Getty Images

Sabrina Cass está classificada no esqui livre — (Foto: Tom Pennington /Getty Images)

Blog com Guilherme Costa – Redação do ge –  São Paulo