Orçamento do Cruzeiro para 2022 representa metade do que o clube gastou em seis meses de 2021
   16 de janeiro de 2022   │     21:00  │  0

 

 

Ronaldo, (foto acima/Goal.com),  pretende disputar a temporada com R$ 35 milhões de orçamento; em 2020, primeiro ano na Série B, futebol profissional do clube custou R$ 250 milhões, segundo balancete.

O torcedor do Cruzeiro teve um choque de realidade com a primeira entrevista concedida por Ronaldo após o acordo para compra das ações da SAF do clube. A realidade financeira é dura, como se sabe há alguns anos. Mas, agora, será sentida nas ações. A diferença do orçamento prometido para 2022, em relação aos anos anteriores, é gritante.

A ordem para o corte brusco nos gastos é clara desde que a equipe de Ronaldo começou a analisar de perto as contas do clube, em dezembro. De acordo com ele, o orçamento do futebol será de R$ 35 milhões, cerca de 60% menor do que os R$ 90 milhões que Sérgio Santos Rodrigues previa antes da chegada da SAF.

No comparativo com 2020 e com 2021, outros anos em que o clube disputou a Série B, o orçamento para 2022 representa um abismo ainda maior.

Com 11 dias corridos de 2022, o balancete de 2021, claro, ainda não está fechado. Mas o Cruzeiro divulgou, em outubro, os resultados financeiros em relação ao primeiro semestre do ano passado. O documento apontou gasto de R$ 65 milhões com futebol profissional. Quase o dobro do que Ronaldo pretende para todo este ano.

Para a conta fechar, o clube tem feito recorrentes cortes relacionados ao futebol profissional. Vanderlei Luxemburgo e vários integrantes da comissão (seja dele ou da equipe fixa) não ficaram; Fábio não chegou a um acordo pela renovação; outros jogadores, mesmo com contratos vigentes, também vão sair.
Segundo o balancete patrimonial de 2020, divulgado no ano passado, foram gastos R$ 250 milhões com o futebol profissional (veja na imagem abaixo). O valor previsto por Ronaldo para 2022 corresponde a 14% da quantia gasta na primeira edição da Série B que foi disputada pelo clube.

Vale ressaltar, no entanto, que àquela altura o Cruzeiro ainda mantinha vínculos com diversos jogadores remanescentes de 2019. Ainda que vários tenham realizado repactuação, muitos dos contratos mantidos foram considerados fora da realidade da Série B e também do clube.

Mesmo com orçamentos mais altos em relação ao de 2022, o Cruzeiro não chegou sequer perto de brigar pelo acesso e conviveu com atrasos salariais nos dois últimos anos. Internamente, considera-se que a folha prevista para este ano é suficiente para montar um grupo que brigue pela vaga na Série A de 2023.

É importante lembrar que o Cruzeiro saiu de 2019, na gestão de Wagner Pires de Sá, com o gasto de R$ 438 milhões no futebol profissional. O clube foi campeão mineiro, saiu na semifinal da Copa do Brasil e acabou rebaixado no Brasileiro, com apenas 36 pontos em 38 jogos.

Blog com Guilherme Macedo – Redação do ge –  Belo Horizonte