Em relatório publicado no site oficial do clube, órgão escancara crise e alerta que ‘rescisões e novas contratações geram despesas incompatíveis’ com a situação financeira do Tricolor.
Depois da vitória por 2 a 0 sobre o Sport, no último sábado, no Morumbi, o técnico Rogério Ceni exibiu preocupação com a atual situação financeira do São Paulo, que, nas palavras do próprio treinador, tem uma dívida “que é muito grande e difícil de pagar”. E o cenário crítico foi escancarado pelo Conselho Fiscal do Tricolor em relatório do último dia 11 e que está publicado no site oficial do clube.
O relatório foi enviado por Jonathan Celso Rodrigues Ferreira, presidente do órgão fiscalizador do São Paulo, a Olten Ayres de Abreu Junior, presidente do Conselho Deliberativo, e alerta sobre a necessidade de o clube tentar gerar novas receitas com vendas de jogadores na próxima janela de transferências e também de diminuir seus gastos para conseguir honrar as suas obrigações.
E o documento, também assinado pelos outros membros do Conselho Fiscal, fez uma série de recomendações depois de analisar o balancete financeiro contabilizado no clube entre o dias 16 setembro e 10 de novembro. E ao destacar o mês inicial deste período, o órgão enfatizou que as dívidas acumuladas no mesmo tornou a situação financeira ainda mais insustentável.
– O resumo geral desses 2 últimos balancetes, devidamente analisados por esse
Conselho Fiscal, demonstra que o resultado no exercício passou a ser deficitário, com as despesas superando as receitas, o que deverá ser uma constante até o fim do exercício, aumentando ainda mais a dívida geral do clube – disse o Conselho Fiscal na segunda folha do relatório de quatro páginas.
– Especificamente quanto ao balancete de setembro, constatou-se um resultado financeiro muito ruim, com um custo/despesas de aproximadamente 70% (setenta por cento) maior do que o arrecadado no período (receitas) – completou o órgão logo a seguir no documento, que em seguida especificou os motivos principais para o aumento expressivo do endividamento do São Paulo.
– Os valores de maior relevância estão relacionados ao futebol profissional, tanto com relação à redução de receitas diante das eliminações recentemente ocorridas, quanto com relação ao aumento das despesas, principalmente pela negociação da saída do jogador Daniel Alves, o que impactou profundamente o resultado dos referidos balancetes – alertou o Conselho Fiscal.
URGÊNCIA DE VENDER JOGADORES
Ciente de que o São Paulo precisa gerar receitas para ganhar fôlego financeiro e reunir condições de pagar as suas dívidas, o Conselho Fiscal apontou como solução possível atualmente para aplacar a crise a negociação de jogadores do seu elenco na próxima janela de transferências, que será aberta em janeiro.
– Visando equacionar o déficit, é cada vez mais urgente a venda de jogadores na
próxima janela, tendo em vista que fora cumprido até o momento apenas aproximadamente metade do que havia previsto em seu planejamento com relação à negociação de atletas – recomendou o órgão são-paulino.
Em seguida, o Conselho Fiscal deixa claro que faltou maior responsabilidade por parte da direção são-paulina no processo de montagem do atual elenco, que acabou implicando em riscos que endividaram ainda mais o Tricolor. Para completar, o órgão exaltou a necessidade de sinergia entre dois departamentos que são importantes para tornar sustentável o futebol do clube.
E vale lembrar que apenas pela rescisão contratual do lateral-direito Daniel Alves, o clube deve ao jogador mais de R$ 11 milhões em direitos de imagem, além dos valores acertados em contrato CLT que firmou com o atleta. Nos últimos dias, o diretor de futebol do São Paulo, Carlos Belmonte, reconheceu o débito, mas deixou claro que os valores devidos de CLT estão sendo pagos em dia ao jogador, que recentemente acertou o seu retorno ao Barcelona.
Blog com LANCE