Landim busca diagnóstico de crise entre futebol, DM e preparação física no Flamengo
   30 de outubro de 2021   │     16:30  │  0

Rodolfo Landim está de olho em tudo que acontece no Ninho — Foto: André Durão

Rodolfo Landim está de olho em tudo que acontece no Ninho — (Foto: André Durão)

Depois de episódios Pedro e coletiva cancelada, presidente entra em cena com clima interno longe de ser de extrema leveza e divergências entre Marcos Braz e Marcio Tannure.

Entre a eliminação na Copa do Brasil, a pressão sobre Renato Gaúcho e o jogo decisivo deste sábado, no Maracanã, contra o Atlético-MG, pelo Brasileiro, ainda existe uma crise que cresce de proporção a cada dia no Ninho do Urubu. Foi necessária a intervenção presidencial – que não ficará apenas no veto de entrevista coletiva do vice-presidente de futebol, Marcos Braz – para diagnosticar além do que mostram os exames médicos no Flamengo.

O departamento médico – e aí está inserida a preparação física – é o centro de uma crise que se desenha desde o ano passado, principalmente pelo aumento do número de lesões. Mas extrapolou os limites e gera insatisfação de praticamente todos os lados nos corredores do centro de treinamento. De qualificação profissional até remuneração, passando por execução e resultados, a palavra “insatisfação” está em moda no Ninho não é de hoje.

O episódio que envolve Pedro ainda não teve um ponto final – o que tem chances de acontecer nas próximas horas com posicionamento das partes. Se a cirurgia no joelho direito foi um sucesso, na última segunda-feira, até o atacante deitar na maca os departamentos de futebol e médico tiveram dias agitados.

A cronologia

Por decisão do departamento de futebol rubro-negro, evitou-se divulgar maiores detalhes de todo o caso, o que tornou tudo ainda mais nebuloso e deu margens a diversas teorias. As informações sucintas e pouco esclarecedoras, por sinal, se tornaram praxe, aumentando o espaço para questionamentos.

Pedro sofreu uma pancada no joelho direito no jogo contra o Juventude, dia 13 de outubro. Após as dores persistirem por 48 horas, foi realizado um exame no dia 16, que constatou um edema ósseo no local. No dia seguinte (17), o jogador ficou fora do empate por 0 a 0 com o Cuiabá.

Melhor das dores, voltou contra o Athletico-PR, em Curitiba, no dia 20 – fez gol. Porém relatou dor após a reapresentação. Na sexta (22), foi submetido a novos exames. O resultado saiu no sábado (23). Aí, sim, com a constatação de um novo problema, no menisco. O clube num comunicado disse “que o atacante seria reavaliado na segunda-feira” – dois dias depois do diagnóstico já estar em mãos.

Orientado pelo médico Márcio Tannure, chefe do DM do Flamengo, Pedro foi no domingo (24) pela manhã ao consultório do Dr. Luiz Antônio Vieira, médico que operou seu ligamento cruzado anterior em 2018, quando ainda estava no Fluminense. Após Pedro ser examinado pessoalmente por Luiz Antônio, houve a decisão em conjunto pela realização de artroscopia já no dia seguinte. Renato Gaúcho foi informado sobre a decisão.

Na noite de domingo, depois de falar em reavaliação na segunda, o clube divulgou sem maiores detalhes a informação da cirurgia.

Diante dos questionamentos por parte da imprensa e torcida, Braz, já na segunda, entrou em cena e marcou uma coletiva dele próprio para terça-feira. A intenção do dirigente era abrir para temas diversos, inclusive assuntos médicos, mesmo sem a presença de Tannure ter sido cogitada – o que não soou bem internamente. O diretor executivo Bruno Spindel acompanhava o desenrolar mais como ouvinte do que atuante.

Questionamento médico e físico

Há quase 20 anos no Flamengo, Tannure nunca viveu dias de protagonista de crise como agora. No clube desde 2002, ele ocupa o cargo de gerente de saúde e alto rendimento e está à frente do DM desde 2015. Desde o ano passado, porém, viu sua autonomia derreter diante de escolhas pessoais de Braz que não seguiram a metodologia aplicada no clube – essa é uma das pautas no caderninho de Landim.

No meio disso tudo, ainda tem Renato Gaúcho, que tem sido questionado não só por resultados e atuações, mas pela condução de treinos. Ou pela pouca efetividade deles, uma percepção geral no Ninho. E que já chegou à Gávea.

Blog com Cahê Mota, Ivan Raupp e Janir Júnior – Redação do GE –  Rio de Janeiro