Análise: após 12 rodadas e fora do G-4, Vasco ainda não tem identidade na Série B
   20 de julho de 2021   │     14:00  │  0

Marcelo Cabo, técnico do Vasco — Foto: Alexandre Durão

Marcelo Cabo, técnico do Vasco – Redação do ge –  (Foto: Alexandre Durão)

Time de Marcelo Cabo mantém irregularidade em atuação contra o líder Náutico, porém mantém proximidade da zona de acesso.

Qual é o time titular do Vasco? Qual esquema dá melhor resultado? Qual é a forma de jogar? Se as dúvidas no trabalho de Marcelo Cabo persistiam mesmo com os recentes bons resultados, voltaram a ganhar força após mais uma chance de engrenar na Série B ser desperdiçada. Falta identidade.

O empate por 1 a 1 com o líder Náutico, domingo, em São Januário, impediu o Vasco de ingressar no G-4 pela primeira vez em 12 rodadas – bastava vencer. O desempenho irregular voltou a mostrar velhos problemas (bola aérea defensiva e inócua articulação ofensiva) e referendou um vai e vem entre dar a bola ao adversário e tentar propor o jogo.

É verdade que o time pernambucano é bem treinado por Hélio dos Anjos, técnico que consolidou um trabalho iniciado no ano passado. Não à toa ocupa o primeiro lugar desde a terceira rodada e, atualmente, soma oito pontos a mais que o Vasco. Porém, mesmo com a adversidade natural do teste mais difícil na competição, a equipe mandante deixou a desejar.

Cabo começou o trabalho em fevereiro tentando mudar o estilo do Vasco. Rapidamente, conseguiu estabelecer um futebol bem jogado, com aproximação, intensa troca de passes e busca sempre pelo companheiro que ocupava o espaço cedido pelo rival. O time não chegou às finais do Carioca e, com o péssimo começo de Série B, tudo mudou.

Após a derrota para o Avaí em casa, o treinador tornou o time reativo. Deu a bola ao adversário e explorou os erros rivais. Com menos posse, parou de perder. Ganhou quatro em oito jogos e, nas últimas quatro rodadas, está invicto: duas vitórias e dois empates. Vê o G-4 a apenas dois pontos de distância. O problema é que o desempenho não melhorou. Continuou ruim. Como era no 4-3-3 e continuou sendo no 4-4-2. E houve uma variação e tanto de nomes, especialmente no meio e no ataque.
É Cano não marcar para o Vasco sofrer – o argentino fez cinco dos 13 gols, ou seja, 38%. Só em três partidas a defesa não vazou – são 12 gols sofridos em 12 jogos, ou seja, um por jogo. Contra o Náutico, este filme se repetiu.

O Vasco até começou bem. Intenso, valorizando a posse de bola e tentando controlar as ações. Não conseguiu manter a postura. Aos poucos, a marcação adiantada do Náutico gerou enorme dificuldade na saída de bola. O passe sempre tinha de ser forçado e quase nunca encontrava alguém livre. Resultado: o Náutico não era agredido e retomava a bola rapidamente para atacar.

A alternativa da bola longa, que poderia explorar mais espaços, não foi usada pelo Vasco, que só conseguiu envolver o visitante uma única vez, mas o impedimento de Pec invalidou o gol de Cano.

Blog com Hector Werlang – Redação do ge –  Rio de Janeiro