Líder, invicto e dominante: conheça as características do Náutico e saiba e como o Vasco pode tentar pará-lo
   18 de julho de 2021   │     3:00  │  0

Náutico vive grande momento técnico, e atua de forma coletiva (Foto: Wilson Castro/W9 Press/LancePress!)

Náutico vive grande momento técnico, e atua de forma coletiva (Foto: Wilson Castro/W9 Press/LancePress!)

Foto: Lance!

Próximo adversário do Cruz-Maltino, o Timbu tem campanha quase impecável e trabalha de maneira sufocante em cada jogo. Números e análises indicam jogo duro neste domingo.

Depois da atuação na vitória sobre o Flamengo, bicampeão da Série A do Campeonato Brasileiro, houve quem esperasse um Vasco soberano na Série B. Mas o que se vê até o momento é uma equipe que demorou a se encontrar e, na liderança, um Náutico que faz o que se esperava do Cruz-Maltino. Os times se enfrentam neste domingo.

O Timbu não só nada de braçadas na liderança como tem um dos melhores inícios de todos os tempos da Série B. Em 11 jogos, soma sete vitórias e quatro empates. Tem o melhor ataque (19 gols marcados) e divide o título de melhor defesa com outros três times (cinco gols sofridos). O que este time tem de especial? Como pará-lo? Analisamos.

A primeira e mais óbvia constatação é de que o Vasco vai precisar jogar muito bem, nos três setores, para derrubar a invencibilidade do Alvirrubro. O Náutico é o time com a segunda maior média de posse de bola da competição: 55,34% por jogo. É o time que mais acerta finalizações no alvo (63) e o que tem a segunda maior média de finalizações certas por jogo: 5,73.

Só que o time comandado por Hélio dos Anjos também é o que tem mais desarmes em números totais (169) e também na média (15,36 por jogo). Ou seja: o time rouba muitas bolas e, quando vai ao ataque, faz muitos gols. E como é pouco vazado, está mais à frente do placar, o que tende a diminuir a pressa para atacar – e, consequentemente, perder a posse da bola.

– O Náutico é um time, hoje, dominante. Às vezes falta eficiência para vencer jogos de forma mais tranquila porque marca com muita pressão e não deixa o adversário jogar – explica, ao L!, Clauber Santana, jornalista do Portal NE45 e Timbucast.

O Cruz-Maltino, então, precisa cuidar bastante da bola, trocar passes com rapidez para evitar tomar o bote dos adversários. A partida de domingo será, apesar de em São Januário, uma prova defensiva para toda a equipe. O time vai precisar evitar que o Náutico tenha qualquer tranquilidade a partir do meio-campo.

Os próximos dados dão a receita: o time pernambucano não precisa de muito para chegar ao gol adversário: é o quinto que menos acerta passes, tanto em números absolutos (3.202) quanto na média por jogo (291,09). Ao mesmo tempo, é também o quinto que mais acerta cruzamentos: são 53 no campeonato. Na média, é o sexto: por jogo, 4.82. Só que é o terceiro que mais erra. Significa que o Náutico tem volume e velocidade para atacar. E não tem vergonha de errar.

A marcação vascaína, na faixa central e nos lados do campo, vai precisar ser constante para evitar os tais cruzamentos. Normalmente, Léo Matos, Galarza e Gabriel Pec são responsáveis pelo setor direito; Zeca e MT pelo esquerdo. Outro dado que dimensiona o poderio do Náutico é o número de dribles. Hélio dos Anjos guia um time que lidera com folga este quesito: 132 em números totais. São 12 por jogo. Também neste ponto é o time que mais erra. De novo: o Náutico erra muito porque tem volume e não tem vergonha de tentar.

A velocidade na construção de jogadas pode ser uma arma para o Vasco para fugir da sufocante marcação do Timbu. Além do sucesso já citado nos desarmes, o visitante deste domingo é o time mais faltoso da Série B, em números absolutos (249) e na médios (22,64 por jogo). E isso não significa cartões. Com 20, o Náutico é quem menos recebeu amarelos no torneio.

– É um time bem coletivo. Mesmo com desfalques, consegue render bem coletivamente com esse modelo de jogo aplicado desde o fim da última Série B: marcação pressão, perde-pressiona. Time objetivo e que cria muito. E que não muda esse estilo fora ou em casa – lembra Clauber.

Se o Vasco mostrou pouco, na Série B, do que apresentou naquela partida contra o Flamengo, a hora de apresentar força chegou. Os números da reportagem acima são do site especializado Footstats.

Blog com  Felippe Rocha – Terra Esportes