Kleber Leite, sobre possível cassação do título de grande benemérito do Flamengo: ‘Perseguição odiosa’
   17 de julho de 2021   │     5:30  │  0

Kleber Leite nos tempos de dirigente do Flamengo (Foto: Reprodução)

Kleber Leite nos tempos de dirigente do Flamengo – (Foto: Reprodução)

Foto: Lance!

Ex-presidente do clube recebeu a honraria em novembro de 2020. Ao LANCE!, afirmou que tomará providências: ‘O que eu venho sofrendo não é justo, chegou ao limite’

Ex-presidente do Flamengo, Kleber Leite pode ter o seu título de Grande Benemérito do clube, recebido em novembro de 2020, cassado, já que uma convocada votação presencial no Conselho Deliberativo ocorrerá no dia 26 de julho, na sede da Gávea, para decidir a situação.

Em entrevista ao LANCE!, Kleber Leite deu a sua versão para o episódio e, amparado a um manifesto recém-divulgado e contrário ao julgamento do recurso vê o cenário como uma “perseguição odiosa” de duas pessoas: Artur Rocha Neto, atual vice-presidente de planejamento e do conselho diretor do Fla, e o seu primo, Tulio Cristiano Machado Rodrigues – presidente do Conselho de Grandes Beneméritos.

– Vamos lá para essa reunião, que já nasce indevida. Ela jamais poderia ser realizada, pois esse tema não é pertinente a ela. Se porventura eles insistirem nisso, da mesma forma que ocorreu antes, já que a causa é claríssima, o Judiciário corrigirá. Então a possibilidade deles conseguirem alcançar o objetivo deles, nesta perseguição odiosa, é zero – falou Kleber, que avisou estar preparando “devidas providências”:

– E haverá consequência disso, não ficará assim. O que eu venho sofrendo não é justo, chegou ao limite, e eu vou tomar, então, as devidas providências.

Kleber Leite, que presidiu o Flamengo de 1995 a 1998 e foi vice-presidente de futebol de 2005 a 2009, deu mais detalhes acerca do processo para tornar-se Grande Benemérito, além de justificar o porquê a possível anulação do título, na sua visão, é “indevida”.

– Eu fui agraciado com o título de Grande Benemérito. Ponto. Havia duas vagas, e várias pessoas se candidataram e enviaram os seus currículos, como eu. Houve primeiro uma comissão que avalia as condições de cada um dos pretendentes. A minha foi analisada e aprovada, como todos. Então, deu-se a eleição, e dois foram eleitos, com o mesmo número de votos, aliás: eu e Marcos Braz. O processo foi absolutamente democrático. A reunião foi presencial, tudo de acordo com o estatuto – falou Kleber Leite, emendando:

– Artur Rocha e o primo dele (Túlio) entraram com um recurso no Conselho Deliberativo, alegando duas coisas: 1) que eu não deveria ser eleito pelo fato de estar suspenso, o que não corresponde à realidade. Naquele problema com o shopping (entenda aqui), eu fui julgado pelo Conselho de Administração e absolvido. Lá é que se julga um Benemérito do clube. Eles recorreram ao Conselho Deliberativo, num recurso absolutamente inadequado e impróprio. O Judiciário me deu ganho de causa, primeiro através de uma liminar e, depois, através de uma decisão definitiva. Ou seja, o Judiciário anulou aquela suspensão de oito meses, que eles injustamente me impuseram. Este item, portanto, está totalmente fora de questão; 2) de acordo com o Estatuto, para você se tornar um Grande Benemérito, você tem que ter, após ganhar o título de Benemérito, dez anos de relevantes serviços prestados ao clube de maneira ininterrupta.

– Pois bem, eu ganho o título de Benemérito, depois fui, do final de 2005 até 2009, vice-presidente de futebol, o que é um relevante serviço – embora não seja necessário ser dirigente para prestar tais tarefas expressivas ao clube. E, através de vários documentos e personalidades do clube, inclusive do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello, que fez uma carta, um documento, que citava que em nenhum momento eu deixei de servir o clube, por solicitação da própria presidência e de outros setores do Flamengo, o que torna nula, completamente, a argumentação dessas duas pessoas – completou Kleber.

A reunião presencial com conselheiros iniciará às 19h do dia 26 deste mês, na Gávea, e ocorrerá com votação em cédulas de papel. A decisão será determinada por três quintos dos votantes presentes.

– Talvez seja uma bela oportunidade para eu deixar bem claro o motivo do ódio que essa pessoa (Artur Rocha Neto) tem comigo. Nesse aspecto, talvez, isso tudo seja até uma bela oportunidade, pois está na hora disso ser colocado com total clareza – concluiu.

Blog com Lance!