Casagrande: Nós precisamos de mais jogadores decisivos
   4 de julho de 2021   │     13:00  │  0

Neymar conduz a bola em gramado desgastado do Estádio Nilton Santos, em Brasil x Chile - Copa América — Foto: André Durão

Neymar conduz a bola em gramado desgastado do Estádio Nilton Santos, em Brasil x Chile – Copa América — (Foto: André Durão)  

O Brasil está excessivamente dependente de Neymar. Nada acontece sem ele.

Brasil e Chile fizeram uma partida fraca tecnicamente. Sem criatividade, sem presença de área, um futebol sem dinâmica e de pouca intensidade, quase nenhuma agressividade. Só eu esperava mais da Seleção?

O Brasil está excessivamente dependente de Neymar. Nada acontece se a bola não passar por ele. E isso nem é uma crítica a ele, mas, sim, ao formato da equipe. Enquanto o Tite teimar em não dar uma chance ao Gerson no meio de campo, vamos continuar sofrendo com um futebol sem graça.

Com a entrada de Lucas Paquetá saiu logo de cara a melhor e única jogada digna da escola do futebol brasileiro, com aproximação, tabela rápida e finalização precisa.

Logo depois, Gabriel Jesus entrou com uma força desproporcional em um adversário e acabou expulso. Foi bem expulso. Poderia ter machucado gravemente o jogador chileno e deixou o Brasil em dificuldades.

Só não sofremos mais porque o futebol praticado na América do Sul é devagar, quase parando se comparado ao que estamos vendo na Eurocopa. Com o futebol preguiçoso que jogamos aqui, a única coisa que muda é a posse de bola.

A seleção brasileira terá de melhorar muito para ser competitiva na Copa do Mundo de 2022. Enquanto os europeus deixam o jogo mais intenso e dinâmico, aqui jogamos com o freio de mão puxado.

Nós precisamos de jogadores mais decisivos. E não é comparar com a qualidade do passado, mas, sim, a agressividade para fazer gols e decidir jogos. Nossos atacantes fazem poucos gols. Não temos um artilheiro, um cara que garanta ao menos três gols em uma Copa.

Gabriel Jesus é brigador, tem entrega total nas partidas, mas não sei o que aconteceu com ele. Foi a sensação das eliminatórias passadas, mas caiu muito de rendimento. O que aconteceu com aquele jogador?

Firmino sofre do mesmo problema de fazer poucos gols. E aí sobra tudo para o Neymar, que também segura demais a bola e às vezes quer resolver tudo sozinho.

O Brasil só terá trabalho se enfrentar na final da Copa América a Argentina ou o Uruguai. Mesmo assim, ainda é o favorito. O futebol sul-americano precisa mudar. O último campeão do continente foi o Brasil em 2002.

Falta ousadia e coragem ao Tite para mudar o jeito do time jogar, com um meio de campo mais criativo. Casemiro, Gerson, Everton Ribeiro e Neymar, com Gabigol e Pedro no ataque, por exemplo.

Não se pode ter medo de mudar.

Blog com Casagrande – Redação do ge – São Paulo