Análise: queda brusca defensiva do Cruzeiro preocupa; aumento de repertório ofensivo é alento
   8 de junho de 2021   │     11:00  │  0

Cruzeiro x CRB — Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Cruzeiro x CRB – (Foto: Bruno Haddad/Cruzeiro)

 

Em meio a enfrentamentos mais fortes, time tem média muito alta de gols sofridos; jogadas pelas beiradas e eficácia da bola aérea são pontos positivos de nova derrota na Série B.

O torcedor do Cruzeiro viveu mais uma noite de terror com a derrota por 4 a 3 diante do CRB, em casa. Ainda que erros da arbitragem tenham acontecido – e de fato houve –, a derrota não pode ser creditada somente aos designados pela CBF. E o sistema defensivo do Cruzeiro prova isso.

O setor foi ponto de maior segurança dessa equipe em todo este início de trajetória do Felipe Conceição na Toca da Raposa. Ainda quando engrenou bons resultados – e com boas atuações

– Na reta final da primeira fase do Mineiro, a defesa é que vinha sendo responsável por confirmar os triunfos, já que o ataque sofreu, em boa parte dos jogos, para transformar em gols as chances criadas.

Mas, desde a semifinal do Campeonato Mineiro, em meio a enfrentamentos contra equipes mais qualificadas, o Cruzeiro tem patinado neste setor. O time, que havia levado apenas cinco gols nas 13 primeiras partidas da temporada, levou 12 nas últimas cinco. Só passou em branco contra a Juazeirense, e mesmo assim sofreu no primeiro tempo.

Os gols levados especificamente contra o CRB, de fato, devem ser muito mais creditados a erros individuais do que coletivos. Lucas França e Matheus Pereira falharam no primeiro, e Ramon errou no terceiro. O segundo foi puro azar, e o quarto, sim, teve erro coletivo. Não se pode receber uma bola com tanta liberdade na frente da área. Jean Patrick teve tempo de dominar, após dividia perdida por Matheus Barbosa, ajeitar o corpo e fazer um golaço. O Cruzeiro tem muita dificuldade para ganhar as chamadas “segundas bolas”.

Mas o Cruzeiro também errou em outros lances que não terminaram em gol, principalmente no primeiro tempo. O CRB encontrava espaços demais entre as linhas do Cruzeiro e tinha uma transição muito mais competente e rápida do que era o retorno dos jogadores do time mineiro. Apesar disso, há de se destacar as atuações de Flávio e Rômulo, tanto na marcação, quanto na saída de bola.

Mas não adianta fazer três e levar quatro. A pressão aumenta a cada resultado ruim, e a Série B de 2020 deixou, entre tantos ensinamentos, um muito claro: é muito difícil fazer campeonato de recuperação e terminar com acesso. Portanto, o Cruzeiro precisa, urgentemente, dar resposta. A evolução que se apresentou no setor ofensivo, precisa também atingir o defensivo e, mais do que qualquer coisa, os resultados.

Blog com Guilherme Macedo – ge.globo de Belo Horizonte