Diretores da CBF apoiam afastamento de Caboclo, que se vê isolado após denúncia de assédio
   7 de junho de 2021   │     6:00  │  0

Situação de Rogério Caboclo é complicada na condução da CBF – (Lucas Figueiredo/CBF)

Cartola lida com acusações, críticas dentro da Seleção e pressão para organizar Copa América.

A maioria dos diretores da CBF, incluindo o secretário-geral, Walter Feldman, defende o afastamento imediato do presidente da entidade, Rogério Caboclo, acusado por uma funcionária de assédio moral e assédio sexual. A denúncia, feita ao Conselho de Ética da CBF, foi revelada com exclusividade pelo ge.

Os dirigentes se manifestaram internamente, na noite do últrimo sábado, quando responderam a um e-mail enviado pelo diretor de Governança e Conformidade, André Megale, que sugeria o afastamento de Caboclo do cargo – para poder colaborar com as investigações e “comprovar sua inocência”.

Rogério Caboclo está isolado. Seus diretores acham que ele deve se afastar. A comissão técnica e os jogadores da seleção brasileira estão em guerra com ele. E os patrocinadores da CBF começam a manifestar incômodo com a situação. Segundo o blog do jornalista Rodrigo Mattos, no portal UOL, seis deles pediram uma resolução rápida do caso.

O Conselho de Ética da CBF recebeu a denúncia apresentada por uma funcionária, que relatou com detalhes e provas situações em que era insultada e assediada por Rogério Caboclo. O dirigente a obrigou a falar sobre sua vida sexual, a chamou de “cadelinha”, ofereceu a ela biscoitos de cachorro e, depois que foi repreendido por ela, latiu, imitando um animal.

O cartola também teria, segundo a denúncia, tentado regular até as roupas que a funcionária usava e impedir que ela se relacionasse com outras pessoas dentro da CBF. Após ela ter se afastado por motivos de saúde, em abril deste ano, Rogério Caboclo ofereceu a ela um acordo – em troca de dinheiro, ela teria que mentir e afirmar que os assédios nunca existiram. Ela recusou a oferta e fez a denúncia.

Além de ter que lidar com a investigação no Conselho de Ética, Rogério Caboclo precisa lidar com outras duas crises – uma interna e outra externa: de um lado, a péssima relação com os jogadores e os membros da comissão técnica da seleção brasileira; do outro, o risco de não conseguir organizar a Copa América da maneira como prometeu à Conmebol.

Blog com  Gabriela Moreira e Martín Fernadez – ge.globo – Rio de Janeiro