Em carta aberta, Felipão revela saudade do Olímpico e se declara ao Grêmio: “Carinho e amor”
   30 de maio de 2021   │     4:00  │  0

Felipão comanda treino do Grêmio no Olímpico — Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com

Felipão comanda treino do Grêmio no Olímpico — (Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)

“Bah, que saudade do Olímpico”. É assim, bem ao seu jeito, que Luiz Felipe Scolari inicia uma carta aberta publicada pelo site The Player’s tribune em que declara todo o seu amor pelo Grêmio. E o treinador conta em detalhes a sua relação com o clube do coração, bem além dos títulos enfileirados que o transformaram em ídolo nos anos 90.

No depoimento, Felipão narra a história de amor com o Tricolor e o velho Estádio Olímpico desde o princípio. De quando era menino em Passo Fundo e acompanhava o Grêmio à distância, pelo rádio. Em uma narrativa apaixonada, o técnico garante que deve toda a sua carreira à antiga casa gremista.

– A gurizada de hoje está acostumada com as arenas do Brasil e sonha em conhecer os estádios da Europa. Mas o Olímpico era diferente. Uma barbaridade. A atmosfera, espetacular.

E somos da mesma geração, tu sabias? Não vou dizer que vi o Monumental nascer, porque eu era guri e morava em Passo Fundo quando aconteceu a inauguração, em setembro de 1954. Mas eu acompanhei a maior parte da sua existência. E que história! – diz Felipão.

Mesmo que ele tenha deixado de ser o coração da Azenha, ele continuará imortal dentro de mim. O Olímpico me projetou para o mundo. Não fosse ele, eu não pisaria no Parque Antártica. Tampouco no Estádio da Luz. Nem no Stamford Bridge. Muito menos no estádio de Yokohama.

Palco de muitas de suas principais conquistas pelo Grêmio, o Olimpico é o personagem que conduz a sua história como torcedor. No texto, por exemplo, Felipão lembra do “sonho” de criança de conhecer a antiga casa gremista e recorda também da primeira vez que fincou pés nas arquibancadas: uma goleada por 5 a 1 sobre o Palmeiras, nas quartas de final da Taça Brasil de 1965.

Scolari também lembrou da criação rígida que teve e de ter trabalhado no posto de combustível da família antes de se aventurar como zagueiro. Dos tempos de jogador, ele conta que tinha motivação extra de enfrentar o time do coração para tentar conquistar uma vaga no Grêmio. Mas a ansiedade virou “lambança”: em um recuo, ele entregou um dos gols da derrota por 3 a 0 do Caxias para o Tricolor.

Felipão também comandou o Grêmio entre 2014 e 2015 — Foto: Lucas Uebel/Grêmio

Felipão também comandou o Grêmio entre 2014 e 2015 — (Foto: Lucas Uebel/Grêmio)

Mas ele só vestiu as cores do Tricolor, de fato, como treinador. O primeiro convite do Grêmio, em 1987, foi considerado “inusitado”. À época, Felipão comandava o Juventude e foi abordado por um diretor gremista ainda no gramado, em Caxias do Sul,a pós uma vitória sobre o Tricolor. Logo em seguida, veio o primeiro título: o Gauchão de 1987.

No final da narrativa, Felipão também falou sobre a volta ao Grêmio, já em 2014, para comandar a equipe na Arena. E também abordou o presente: revelou que um de seus filhos palpita “até demais” sobre o Tricolor e que costuma mandar fotos de seus netos vestidos de azul preto e branco. Como o avô.

No Grêmio, eu me sinto em casa, não importa a época. E, no nosso lar, cuidamos dos nossos. Carinho e amor definem essa relação que começou à distância e depois se materializou em anos dourados.
— Felipão

Um dos maiores técnicos da história do Grêmio, Felipão comandou o clube em três oportunidades. A mais emblemática delas, entre 1993 e 1996, quando foi campeão da Copa do Brasil de 1994, da Libertadores de 1995, do Brasileirão e da Recopa SUl-Americana de 1996 e ainda ergueu dois Campeonatos Gaúchos, em 1995 e 1996. Ele também foi campeão do Gauchão em 1987.

Blog com ge.globo