Fifa quer rever gastos na base e indenização repassada a clubes formadores; CBF apoia iniciativa
   5 de maio de 2021   │     18:00  │  0

Sede da Fifa — Foto: Reuters

Visando revisar os valores de compensação repassados a clubes formadores, a Fifa deu início a uma pesquisa global na última semana. Até o dia 31 de maio de 2021, todos os clubes filiados devem fornecer, obrigatoriamente, informações sobre suas receitas e o financiamento destinado às categorias de base.

A entidade irá instaurar o “Training Compensation 2.0” (ou, em português, Compensação por Treinamento 2.0), uma remodelação do atual programa de indenização por formação. Na prática, equipes de menor porte que investem na formação poderão ganhar uma compensação mais generosa.

Um exemplo para entender o mecanismo é o recente caso de Marcos Paulo, atacante do Fluminense. Afastado do elenco principal, ele tem um pré-contrato assinado com o Atlético de Madrid.

Como não houve acordo de transferência imediata entre as equipes, Marcos Paulo irá para o clube espanhol de graça no meio do ano, quando seu contrato chegar ao fim. A compensação por treinamento é a garantia do Fluminense para não sair de mãos abanando, recebendo pouco mais de R$ 3 milhões.

Vale ressaltar que a compensação por treinamento não é a mesma coisa que o mecanismo de solidariedade. Esta modalidade recompensa todos os clubes com qual o atleta teve vínculo entre seus 12 e 23 anos. Parte do valor da transação vai para o clube formador, com teto de 5%. As cifras finais dependem do número de dias em que o jogador teve vínculo ao clube “vendedor”.

CBF apoia pesquisa da Fifa: “Valoriza os clubes”

Reynaldo Buzzoni, diretor de registro, transferências e licenciamento da CBF — Foto: Vicente SedaReynaldo Buzzoni, diretor de registro, transferências e licenciamento da CBF — (Foto: Vicente Seda)

Ao ge, Reynaldo Buzzoni – diretor de Registro, Transferências e Licenciamento da CBF – destacou que a entidade brasileira apoia a reformulação proposta pela Fifa.

– Toda iniciativa que valoriza os clubes interessa e tem o apoio da CBF. Quanto mais perto a origem de um jogador chegar o dinheiro movimentado numa negociação, melhor para o futebol brasileiro – afirma.

– Acreditamos que, com uma possível revisão, os clubes menores serão os mais beneficiados, pois poderão receber valores que fazem muita diferença em seus respectivos orçamentos.

Mas afinal, o que é compensação por treinamento?

Para desmistificar o “juridiquês”, uma analogia mais simples explica o funcionamento da compensação por treinamento. Supondo que um atleta saia de X, seu primeiro clube formador, para um clube Y, que também irá investir na formação. No modelo atual, o clube X tem direito a receber de Y um valor pré-estabelecido, com base na estimativa de custo da formação daquele jogador.

Blog com ge.globo