São Januário completa 94 anos como símbolo de resistência e maior patrimônio do Vasco
   21 de abril de 2021   │     17:27  │  0

O dia 21 de abril marca vida longa ao Estádio de São Januário. Símbolo histórico do Vasco e de representatividade singular da torcida, a casa cruzmaltina completa 94 anos de uma forma diferente: longe de quem lhe ergueu – os vascaínos -, as tradicionais arquibancadas se mantém fortes para renascer no clube a força necessária em um ano de reformulações. Relembre abaixo a trajetória do estádio que já foi foi considerado o “maior do mundo” em seus primeiros anos de existência.

DAS MÃOS DA TORCIDA

Se o maior patrimônio de um clube são seus torcedores, para os fanáticos vascaínos nada significa mais que São Januário. Isso porque, os arredores da Colina Histórica carregam marcas registradas daquele povo que lutou contra a elite para encontrar seu espaço – sinal de resistência que reproduz fielmente os sentimentos de uma torcida apaixonada pelo futebol, e pela posição do Vasco na sociedade.

Foi assim que, em 1923, os ideias da diretoria cruzmaltina e sua torcida já começaram a vislumbrar a construção de um estádio próprio. Entretanto, para início de conversa, nada melhor que relembrar o contexto que o Vasco estava inserido em tal década do século XX.

Nos primeiros anos do futebol do clube, o Gigante da Colina usava como “casa” o campo do Andarahy, que depois veio a se transformar no estádio do América. Porém, a partir do surgimento da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos (AMEA), no dia 1 de março de 1924, tudo mudou. Isso porque, o grupo que reunia os chamados clubes da elite – América, Bangu, Botafogo, Flamengo e Fluminense -, previa não incluir o Vasco na nova Liga, por conta do time não ter um estádio próprio para jogo.

Logo, expondo para todo o Rio de Janeiro seu espírito de combate às ideologias aristocráticas, o cruzmaltino iniciou o movimento que mudaria sua história. Sem abaixar a cabeça, o Vasco arranjou forças de sua própria paixão para iniciar uma campanha memorável de arrecadação de verbas para o então objetivo que ainda estava no papel.

Dessa forma, a trajetória vascaína em busca das suas dependências privadas deu seu pontapé. Assim, o movimento tomou tamanha proporção que, somente os torcedores arrecadaram 685 contos e 895 mil réis para comprar o terreno em São Cristóvão, escolhido pelo Vasco por ser parecido com seu local de fundação – na zona portuária do Rio. Outra vantagem do lugar que hoje abriga a Rua General Almério de Moura, era o fato do custeio ser de 2.000 contos de réis (moeda da época) para a construção estádio.

A construção que durou dez meses e terminou com o emblemático estádio erguido, teve sua inauguração oficial 94 atrás, no dia 21 de abril de 1927. O jogo marcado era Vasco x Santos, time paulista que, na época, já era considerado uma das potências nacionais.

Por mais que os mandantes tenham perdido por 5 a 3 – Evangelista, do Santos, teve a honra de ser o primeiro a balanças aquelas redes, enquanto Negrito fez o primeiro gol do Vasco-, pouco importava o resultado, e sim a representatividade única e singular de um estádio erguido exclusivamente pelo amor a camisa.

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