Treinadores estrangeiros buscam aulas de português para se adaptar ao futebol brasileiro
   18 de abril de 2021   │     16:35  │  0

Espanhol Miguel Ramírez, do Inter, tem procurado aprender o idioma falado no Brasil

Espanhol Miguel Ramírez, do Inter, tem procurado aprender o idioma falado no Brasil – (Foto: Divulgação/Inter / Estadão)

 

A apostila de exercícios de língua portuguesa e as aulas particulares do idioma viraram as novas armas dos novos técnicos estrangeiros para se adaptar ao futebol brasileiro. Os argentinos Hernán Crespo, São Paulo, e Ariel Holan, do Santos, e mais o espanhol Miguel Ramírez, do Inter, estão empenhados em melhorar a comunicação com os jogadores e superar possíveis barreiras linguísticas.

A postura desses estrangeiros em aprender português é uma novidade no Brasil. Até pouco tempo atrás, quem vinha de fora não fazia questão de estudar o idioma nem mesmo de falar algumas palavras-chave para orientações ao elenco. O argentino Jorge Sampaoli, por exemplo, passou duas temporadas no País e só se comunicava em espanhol. O mesmo valeu para outros nomes, como o argentino Edgardo Bauza e o colombiano Reinaldo Rueda.

Apesar de o Brasil ter se aberto bastante para técnicos estrangeiros nos últimos anos, o aprendizado do português não aparecia como prioridade. O são-paulino Crespo pensa diferente. “Acho que é uma questão de respeito com este país, com o lugar onde estou. É uma questão de respeito com as pessoas. Culturalmente eu gosto também de aprender”, disse. O argentino só lamenta que ainda confunde bastante o português com outros idiomas.

A evolução na nova língua se dá em momentos simples. Na última semana, o São Paulo venceu o Red Bull Bragantino por 1 a 0 graças a um gol contra. Logo depois, Crespo foi ao banco de reservas e perguntou: “Como se fala gol en contra em português?”. Após ouvir a resposta, o treinador passou a repetir a nova expressão aprendida, para fixar na memória.

O meia argentino Benítez, do São Paulo, acompanha Crespo nesse processo de aprendizagem. Embora não faça aulas, o jogador está no Brasil há um ano e sabe das dificuldades. “Para aprender, você não pode ter vergonha”, disse. “É importante conseguir falar de outros assuntos que não só o futebol, para você poder falar com um médico ou outras pessoas”, afirmou.

Blog com informações do ESTADÃO Conteúdo