Luiz Gomes: ‘Quem quer ser campeão não escolhe adversário na Libertadores’
   11 de abril de 2021   │     20:35  │  0

Atenção torcedor rubro-negro. Não me venha com essa história de grupo da morte. Prefiro ficar com uma outra máxima, também muito usada no futebol: quem quer ser campeão não escolhe adversário.

O sorteio da Libertadores trouxe de fato um grau de dificuldade acima da média para Flamengo, Fluminense, Santos e, se o Grêmio passar pelo Independiente Del Valle, do Equador, no mata-mata classificatório, também para o Palmeiras.

Situação confortável, nessa fase inicial da Liberta, é cair em um grupo em que, mesmo se não for o time mais forte, tenha-se apenas um adversário de maior peso pela frente. Foi o caso do São Paulo, que tem no Racing da Argentina o único rival a ameaçá-lo, e do Atlético-MG que enfrenta clubes de tradição como o Cerro Porteño, do Paraguai, e o América de Cali, da Colômbia, mas que não atravessam, contudo, um bom momento e devem somente brigar pela segunda vaga.

O melhor dos mundos é o do Internacional. O Colorado caiu em um grupo em que praticamente reina sozinho, tem tudo para acabar a primeira fase com um dos líderes na pontuação geral e desfrutar na frente das vantagens que isso oferece. Olimpia, do Paraguai, Deportivo Táchira, da Venezuela, e Always Ready, da Bolívia, não são adversários à altura dos gaúchos.

A partir daí começam as dificuldades. O Flamengo, mais uma vez, terá pela frente a LDU, sempre um osso duro de roer na altitude de Quito. Rival que tradicionalmente cria problemas para os brasileiros. Mas, além dos equatorianos, o Vélez Sarsfield pode atravessar o caminho dos comandados de Rogério Ceni. O time é líder do grupo B do campeonato argentino, seis pontos à frente do Boca. Segundo a imprensa esportiva de Buenos Aires, esse é o melhor Velez deste século, um dos fortes candidatos ao título de lá.

O Fluminense tem o River Plate como maior adversário. Muito provavelmente, restará ao Tricolor carioca disputar a segunda vaga com o Independiente Santa Fé, da Colômbia, e o Bolívar, da Bolívia, ou o Junior Barranquila, do Equador, qual dos dois sobreviver ao confronto da terceira fase.

Já o Santos, se vencer o mata-mata contra o Atlético Nacional, da Colômbia, terá o Boca como rival. Mas tanto o Peixe quanto os hermanos, ainda que favoritos no grupo, não podem menosprezar o Barcelona de Guayaquil, do Equador, e os mais de 3500 metros de altitude de La Paz, a capital boliviana, onde joga o The Strongest.

Por fim, o Palmeiras. E o Grêmio. Ter um confronto brasileiro logo na fase de grupos é sempre um risco na Libertadores. Pesa a rivalidade, às vezes mais do que os aspectos técnicos. Se o Tricolor gaúcho reverter a derrota do jogo de ida para o Independiente Del Valle, na sexta, e seguir em frente no torneio, tem boas chances de passar para as oitavas ao lado do Palestra. Mas não dá para dizer que isso são favas contadas, o Defensa y Justicia, da Argentina, está vivo – é um azarão com toda condição de aprontar, correndo por fora.

Blog com Luiz Fernando Gomes/Terra Esportes