Análise: Tem que respeitar… a aula que o Retrô deu em campo, Corinthians
   27 de março de 2021   │     14:55  │  0

(Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians

(Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians)

 

Mesmo eliminada nos pênaltis, equipe pernambucana teve postura de time grande e se impôs contra o Poderoso Timão.

Após a classificação do Corinthians, na decisão por pênaltis, na segunda fase da Copa do Brasil, contra o Retrô (PE), ontem no Estádio Elcyr Resende de Mendonça, em Saquarema (RJ), o lateral-direito Fagner, que converteu a cobrança decisiva para o Timão, disse a seguinte frase: “Tem que respeitar”.

Através das suas redes sociais, o jogador disse que a reação foi desabafo após xingamentos e desrespeitos por parte dos atletas do Azulão durante o jogo. Contudo, se separarmos essa frase e aplicarmos para o que foi a partida em campo, quem tem que respeitar algo é a equipe paulista.

No tempo normal, o jogo terminou empatado em 1 a 1, mas o Retrô deu aula ao Corinthians. E os ensinamentos não se tratam de pontos táticos, mas sim de postura em campo.

A equipe pernambucana já prometia propor o jogo contra o Alvinegro do Parque São Jorge, como já é do costume e filosofia de jogo deles. Por sua vez, o Timão tem como característica mais reativa, que deixa o adversário jogar.

Inteligentemente, o técnico Vagner Mancini levou o seu time a campo com uma formação diferente, um 4-1-4-1, com uma linha de quatro atletas, dois meias e dois extremos á frente de apenas um volante, diferentemente do 4-2-3-1 geralmente usado, que conta com dois volantes, um médio-central e dois pontas.

O Timão ia bem, obrigado, nos primeiros 20 minutos de jogo com o esquema novo, tomando as rédeas da partida, como cabe ao time da elite contra o franco atirador em jogos como o desta sexta-feira (26). Mas foi só abrir o placar, aos 18 do primeiro tempo, em ótima cobrança de falta de Otero, que a imposição da equipe em campo mudou da água para o vinho. O clube abaixou as suas linhas, parou de atacar, começou a errar muitos passes, ter dificuldades na saída de bola e dar aos nordestinos a possibilidade de fazer o que eles gostam: propor o jogo.

E a proposta do Retrô é incômoda. Jogo organizado, trabalhado, com troca de passes e sempre visando a área adversária. Reflexo disso, o time de Camaragibe teve posse de bola amplamente superior (61% a 39%), finalizou mais (11 a 6), trocou quase e o dobro de passes (401 a 245) e os errou percentualmente bem menos (20% a 31%).

No quesito atitude, a equipe grande foi o Retrô.

Blog com Fábio Lázaro/LANCE