Próxima de faturar US$ 6,4 bilhões com a Copa do Mundo no Qatar, nem a pandemia comprometeu o negócio da Fifa em 2020
   25 de março de 2021   │     21:10  │  0

Gianni Infantino, presidente da Fifa — Foto: Reuters

Gianni Infantino, presidente da Fifa – (Foto: Reuters)

Tudo indica que a Copa do Mundo a ser realizada no Qatar, em 2022, dará à Fifa mais uma vez um recorde de arrecadação. Em um ciclo de quatro anos, segundo o orçamento revisado da entidade, o faturamento dela deverá chegar a US$ 6,4 bilhões.

A diferença para o montante arrecadado no ciclo anterior, do campeonato organizado na Rússia, é mínima: quase US$ 20 milhões a mais. Não deixa de impressionar, no entanto, que a federação internacional consiga manter seu faturamento apesar da pandemia.

Ainda a praticamente dois anos para o início da Copa, aproximadamente 80% do total já foram assegurados por contratos assinados. Nos direitos de transmissão, em negócios com emissoras, esse percentual sobe para 92%. É a fonte mais relevante, acima inclusive dos patrocínios.

O blog buscou nos balanços financeiros da entidade o seu faturamento desde 1999. Diferente de um clube de futebol ou de uma empresa, a comparação deve ser feita sempre entre ciclos de quatro anos.

O crescimento nesse período foi exponencial. A quantia aguardada pela Copa no Qatar, US$ 6,4 bilhões no total, representa quase quatro vezes o que a Fifa arrecadou no período de Coreia do Sul e Japão.

Ao separar o dinheiro conforme a origem, os direitos de transmissão seguem como linha mais relevante do negócio. Patrocínios vêm a seguir. Hospitalidade (todo o serviço que envolve hotelaria, camarotes e eventos) e licenciamentos (venda de produtos) são a parte menor.

Quem fica com o dinheiro?

A Fifa detém um dos melhores negócios do mundo. Em primeiro lugar, ela detém o monopólio sobre o futebol. Ninguém pode organizar uma competição na modalidade sem a sua chancela, caso contrário seria pirata. Muito menos criar concorrência para a Copa do Mundo.

Depois, o modelo adotado há décadas exime a organizadora das maiores despesas envolvidas na competição. Os estádios são bancados pelos países que sediam o evento. E os atletas são remunerados por clubes de futebol. A Fifa não paga nem o palco, nem os atores.

Quem fica com a fortuna, então? Uma parte menor é dedicada ao desenvolvimento de projetos educacionais ou de modalidades fragilizadas, como o futebol feminino. A Fifa, logicamente, paga os custos de sua existência. E o grosso vai para dirigentes do mundo todo.

Arivaldo Maia com o Blog de Rodrigo Capelo, Jornalista especializado em negócios do esporte.