Pikachu reforça Vasco no coração, aprova reformulação do elenco e diz: “Nunca pensei em colocar na Justiça”
   17 de março de 2021   │     12:30  │  0

O lateral-direito Yago Pikachu, jogador que mais vestiu a camisa do Vasco no século 21, com 253 jogos e 40 gols marcados, encerrou sua passagem de cinco anos pela Colina na semana passada. Em entrevista ao ge, o atleta de 28 anos vê o momento como o mais adequado para finalizar o ciclo em São Januário, porém lamenta que o capítulo final tenha sido o quarto rebaixamento.

– Primeiro é um sentimento de gratidão por tudo que passei no clube, conheci muita gente, funcionários. E agora vamos respirar novos ares. Acredito que era o momento certo, mas não da forma que está sendo com o rebaixamento. Mas acredito que fiz meu papel da melhor maneira possível, me doei o máximo desde aquele jogo contra o Madureira em 2016 até o último contra o Goiás. Saio de cabeça erguida e agradeço muito ao clube por tudo que passei – afirmou.

Pikachu concorda com o corte de custos capitaneado pelo executivo de futebol do Vasco, Alexandre Pássaro, a quem fez elogios. Vê como necessária a reformulação do grupo, que também não conta mais com Fernando Miguel, Henrique, Gustavo Torres, Léo Gil, Marcelo Alves e Ygor Catatau – o clube espera a definição dos casos de Marcos Júnior, Werley, Neto Borges e Lucas Santos. O experiente lateral crê que a transformação tornou-se ainda mais crucial com a perda de dinheiro com o rebaixamento.

– Depois do que aconteceu, essa reformulação é importante porque o clube vai perder uma receita. Acredito que os meninos da base vão ter muito mais oportunidade e sabemos que a base do Vasco é uma das melhores do Brasil e sempre revela jogadores. Esse era o momento de sair pelo desgaste que teve, pelo período, mas sempre quis sair pela porta da frente.

Pikachu comemora um de seus últimos gols pelo Vasco, contra o Atlético-MG — Foto: André Durão

Pikachu comemora um de seus últimos gols pelo Vasco, contra o Atlético-MG — (Foto: André Durão)

O ano de 2020 certamente foi o pior do atleta com a Cruz de Malta no peito, e os recorrentes atrasos até o permitiam a buscar uma rescisão unilateral. Preferiu preservar a relação e evitar os tribunais pelo carinho que tem pelo Vasco.

 Teve oportunidade de sair na Justiça, mas nunca foi meu desejo. Nunca passou pela minha cabeça colocar o clube na Justiça e essa negociação foi feita para sair pela porta da frente. Até porque tudo pelo que o clube fez por mim.

Pikachu deixa São Januário ainda mais vascaíno do que era na infância, quando ainda morava em Belém, no Pará, onde nasceu. Viveu grandes momentos, marcou gols e conquistou dois Cariocas, mas o movimento de associação em massa no final de 2019 que o fez se apaixonar ainda mais pelo clube.

– Fui vascaíno na infância, minha mãe (Suzy) é vascaína. Em 2015, meus pais vieram ao Rio ver um jogo do Vasco, contra o Corinthians. Minha mãe estava no camarote e já pensando uma transferência para o Vasco. Isso pesou muito.

Negociação de saída e elogios a Pássaro

– Foi muito tranquila. Já tive uma conversa com o Pássaro depois do último jogo contra o Goiás. Na saída do vestiário, deu a entender que o clube teria essa reformulação e pediu para eu pensar no futuro e ver a melhor coisa para mim porque ele iria avaliar pela parte do clube. Tive aquele período de mais uma semana, e depois o clube me ligou dizendo que iria prolongar mais as férias, pois não estava nos planos. Tudo feito com muita seriedade. Fizemos da melhor maneira possível. Queria dar os parabéns ao Pássaro pela condução. Foi muito transparente.

Blog com ge.globo