Morre Carbone, ex-volante da Seleção e técnico campeão
   28 de dezembro de 2020   │     6:29  │  0

Carbone durante uma das quatro passagens pelo Guarani — Foto: Junior Lago/Futura Press

Carbone durante uma das quatro passagens pelo Guarani — (Foto: Junior Lago/Futura Press)

Morreu na noite de ontem, em Campinas, o ex-volante e ex-treinador José Luiz Carbone, com passagem por seleção brasileira, Internacional e Botafogo quando jogador, e trabalhos marcantes por Fluminense e Guarani como técnico.

Ele tinha 74 anos e foi vítima de um câncer hepático descoberto no início de dezembro. O falecimento aconteceu por volta das 19h.

Carbone estava internado desde a última quarta-feira (dia 23) no Hospital Municipal Mário Gatti, em Campinas, onde morava. A doença evoluiu rapidamente, segundo o filho Rodrigo.

Ele deixa a esposa Marlene, cinco filhos (Daniela, Rodrigo e Gabriela, do primeiro casamento, e Brunela e Marcela, do segundo casamento) e cinco cinco netos (João Victor, Bernardo, Raul, João e Theo).

Ainda não há informações sobre velório e enterro.

Histórico

José Luiz Carbone era um volante clássico, de boa marcação e qualidade com a bola nos pés. Ele começou a carreira de jogador no São Paulo, em 1964, e teve no Internacional a passagem mais marcante dentro de campo, com cinco títulos gaúchos entre 1969 e 1973, sendo considerado um dos mentores de Paulo Roberto Falcão.

O destaque no Internacional levou Carbone à seleção brasileira. Em 1974, quando já estava no Botafogo, ele fez parte da pré-lista de 25 convocados para a Copa do Mundo, mas acabou cortado por Zagallo às vésperas do embarque para a Alemanha. O nome dele na relação final era tão certo que sua figurinha foi até para o álbum do Mundial.

Antes de explodir no Inter, ele defendeu Ponte Preta e Metropol-SC. Encerrou a trajetória de atleta em 1982, no Nacional-SP, onde deu os primeiros passos no futebol e na sequência já iniciou a carreira de treinador.

Dirigiu mais de 30 times. Em um dos seus primeiros trabalhos, foi campeão carioca com o Fluminense em 1983 e esteve à frente do time em 16 dos 26 jogos da campanha do título brasileiro de 1984. Saiu antes do fim por divergências com a diretoria – Carlos Alberto Parreira o substituiu e levantou a taça.

Carbone ainda voltaria ao Fluminense outras duas vezes: 1987 e 1997/1998.

Ele também tem passagens marcantes pelo Guarani, onde foi treinador por quatro oportunidades, com direito ao vice-campeonato paulista, em 1988, e o acesso à elite estadual em 2007.

Ainda foi campeão peruano com o Sporting Cristal, em 1996, e paraense com o Remo, em 1999.

O currículo também tem trabalhos em Palmeiras, Botafogo, Internacional, Cruzeiro, Bahia, Ponte Preta, onde também foi gerente de futebol, Criciúma, Paraná, Ituano, Botafogo-SP, Comercial, União São João, entre outros clubes, além de outras experiências internacionais por Al-Sadd (Catar), Sharjah FC (Emirados Árabes Unidos), Blooming (Bolívia), Ararat Theeran (Irã) e Al-Merreikh (Sudão). Foi o último clube dele como treinador.

Nos últimos anos, atuou como comentarista esportivo na Rádio Brasil, de Campinas.

Clubes que fizeram parte da história de Carbone prestaram homenagem nas redes sociais.

Blog com ge.globo