Escândalo de arbitragem completa 15 anos
   26 de setembro de 2020   │     16:00  │  0

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Edilson joga moeda para Tevez e Rogerio Ceni antes do clássico no Morumbi. (Foto: Fernando Pilatos/Gazeta Press)

Há 15 anos, no dia 23 de setembro de 2005, a capa da revista Veja escancarava um dos maiores escândalos já ocorridos dentro do futebol brasileiro: a Máfia do Apito. Assinado pelo, até então, repórter André Rizek, e a editora Thais Oyama, a matéria trazia como os principais personagens os árbitros Paulo José Danelon e Edilson Pereira de Carvalho.

A dupla, sob orientação do empresário Nagib Fayab, mais conhecido como ‘Gibão’, haviam apitado diversos jogos de competições diferentes, incluindo: Libertadores, Sul-Americana, Paulistão, além dos Brasileirões Séries A e B. O desfecho da história, muitos já conhecem. A principal divisão do futebol nacional teve 11 jogos anulados por suspeita de manipulação e o Corinthians terminou ‘beneficiado’ após a remarcação dos confrontos.

As demais partidas de outros torneios permaneceram da mesma forma. Um dos principais motivos, alegados na época pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), era de que os mesmos já haviam sido encerrados ou estavam em uma fase mais avançada, o que daria muito trabalho e seria inviável para remarcar e ver quem seriam as novas equipes classificadas.

No fim das contas, foi Edilson Pereira de Carvalho que mais estampou os noticiários da época. Responsável por apitar os 11 jogos da Série A, o juiz teve sua imagem diretamente relacionada ao título nacional conquistado naquele ano pelo Alvinegro paulista. No entanto, alguns jogos apitados por Danelon tiveram consequências ainda maiores para outras equipes brasileiras.

Vitória na Série C

A decisão do STJD em não anular partidas de outras competições, implicou diretamente em prejuízo para o Vitória, que disputava a Segundona e não vivia um bom momento naquela temporada. Ao fim da primeira fase da competição, o Leão era a primeira equipe dentro do Z-6 e acabou rebaixado, junto com o Bahia, para a terceira divisão do Brasileirão no ano seguinte.

Dentre os jogos da Série B, estavam quatro que tiveram o apito de Paulo José Danelon. Mesmo com nenhum desses tendo a participação direta do Rubro-Negro baiano, três duelos que envolviam o Paulista de Jundiaí (contra o Guarani) e o Ituano (contra Portuguesa e Marília) influenciaram indiretamente na parte debaixo da tabela.

Ambas equipes venceram seus jogos e terminaram acima do Vitória no certame. Caso os jogos fossem remarcados, os dois times ficariam atrás por dois pontos e empurrariam o Leão para o 15º lugar da classificação e com chances reais de permanência na Série B para o ano seguinte, o que não ocorreu e fez o time baiano amargar a Terceirona pela primeira vez em sua história.

A sequência rubro-negra é bastante conhecida. O time disputou a Série C em 2006 e, logo no primeiro ano, conseguiu o acesso após ficar atrás apenas do Criciúma. De volta à Série B, em 2007, a equipe conseguiu mais um acesso, dessa vez em quarto lugar e voltou rapidamente à elite do futebol nacional em 2008.

Também a frente do Vitória na época do rebaixamento, em 2005, o atual presidente Paulo Carneiro foi procurado pela reportagem, mas preferiu não comentar acerca do assunto.

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