Surpresa, tensão, tristeza, medo… São algumas das palavras que definem o sentimento dos jogadores do Corinthians com o protesto em tom muito agressivo e cheio de ameaças feito pela torcida no último domingo, no aeroporto de Guarulhos, após a derrota para o Fluminense.
O ge ouviu pessoas ligadas a vários jogadores e membros da comissão técnica que presenciaram o ato e tenta dar um panorama de como o elenco se sentiu. O medo de algo pior envolve até mesmo quem não estava no aeroporto, mas se preocupou com o que viu.
Os próximos passos
A direção do Corinthians conversou com o elenco e deixou os jogadores à vontade para registrarem Boletim de Ocorrência caso quisessem. A Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (a Drade) foi o órgão sugerido aos atletas.
Até a noite da última segunda-feira, nenhum dos atletas havia prestado queixa. A Polícia Civil, aliás, pediu imagens à administradora do aeroporto para avaliar o ocorrido.
No fim da tarde da última segunda-feira, a diretoria do Sindicato dos Atletas se reuniu para discutir o que pode ser feito como represália à ação dos torcedores. O protesto no aeroporto aconteceu dias depois da invasão de torcedores organizados do Figueirense ao estádio Orlando Scarpelli.
O presidente do sindicato também procurou a Polícia para apurar o que poderia ser feito.
“Só para quando morrer”
Dentre as várias pessoas ouvidas pela reportagem, a frase de uma delas, em anonimato, define a sensação dos envolvidos diante de tamanha agressividade: “só vai parar quando morrer alguém”.
Houve também questionamentos sobre a necessidade de fortalecer o esquema de segurança da delegação para as próximas viagens. O Corinthians está viajando no Brasileirão apenas em voos fretados e deve passar a adotar um procedimento diferente nos próximos compromissos fora de casa.
É fato que o tom agressivo das cobranças, com direito a empurrões e correria, pegou todos do clube de surpresa. Da diretoria ao elenco. Depois da derrota para o Palmeiras, também houve protesto, mas em tom muito mais pacífico e ponderado do que no aeroporto. Não há margem de comparação.
Blog com ge.globo