Lenda: Dida saiu do CSA e conquistou o mundo pelo Fla
   12 de junho de 2019   │     14:00  │  2

Dida, (foto acima/arquivo da família), foi o primeiro jogador a unir o CSA e o Flamengo, adversários desta quarta no Brasileirão. Tudo começou por acaso, lá atrás, em 1953. O atacante jogava no Azulão, já era bicampeão alagoano, e foi convocado para a seleção do estado.

Quando Alagoas enfrentou a Paraíba, olheiros cariocas viram o craque em ação. Depois, veio o convite. Dida foi jogar na Gávea com 20 anos e fez história com a camisa rubro-negra. Tanto que virou o ídolo de Zico e o segundo maior artilheiro da história do Fla, com 264 gols.

Irmão de Dida, Edson Santa Rosa conversou com o GloboEsporte.com nesta terça e lembrou como foi a virada na carreira do craque.

– Antigamente, existiam os campeonatos brasileiros de seleção. Hoje, infelizmente, deixaram de acontecer. Saíram de lá esses grandes jogadores… E o Dida, em um jogo célebre, contra a Paraíba, o time empatando por 1 a 1, ele fez dois gols, que confirmaram a virada – contou Edson.

– O último foi um gol espírita, na linha de fundo, sem ângulo… Esse gol o encaminhou ao Flamengo. Assistindo ao jogo estava a delegação de vôlei (do Fla). Eles ficaram impressionados e fizeram um convite para que ele viajasse ao Rio. Ele aceitou, e foi na raça. Quando chegou lá, tinha adquirido uma icterícia, mas o Flamengo ajudou com o tratamento. Tudo deu certo.

Em Alagoas, Edvaldo Alves Santa Rosa, o Dida, abriu espaço para quem veio depois. Marta, Aloísio Chulapa, Cleiton Xavier, Firmino, Souza, Peu, Pepe… Pelo Flamengo, Dida ganhou fama no futebol brasileiro e conquistou ainda a Copa do Mundo de 1958. Era reserva apenas de Pelé, mas começou o Mundial da Suécia entre os titulares.

– Ele foi o primeiro alagoano que conseguiu se destacar assim internacionalmente. Tudo por causa da Seleção… E eu guardo tudo isso porque é o amor… Tudo que é lembrado com amor, enraíza, permanece – destacou Edson.

Foi por medo de avião

O irmão conta que Dida tinha medo de avião, mas tomou coragem e voou para o Rio de Janeiro. Mesmo antes da transferência, era fanático pelo Flamengo. Tinha até times de botão com o escudo do clube carioca.
– Ele não queria ir, porque naquela época, em 1953, tinha medo de viajar de avião. Mas foi. Ao chegar lá, ele não começou como titular, jogava pelo campeonato de aspirantes… Quando foi artilheiro, aí ele realmente apareceu.

CSA e Flamengo

No CSA, o alagoano conquistou três títulos, sendo dois estaduais, em 1949 e 1952. No Flamengo, mais troféus. Dida foi campeão carioca em 1954, 1955 e 1963, do Rio-São Paulo de 1961, e também levantou taças no time de aspirantes.

Homenagem

Dida morreu em 17 de setembro de 2002, aos 68 anos. Em Maceió, um espaço inaugurado em 1993 lembra o craque e destaca suas façanhas. O Museu dos Esportes, mantido pelo jornalista Lauthenay Perdigão, conta detalhes da carreira, leva o nome de Edvaldo Alves Santa Rosa e está localizado no Estádio Rei Pelé.

Blog com matéria do GloboEsporte/AL

COMENTÁRIOS
2

A área de comentários visa promover um debate sobre o assunto tratado na matéria. Comentários com tons ofensivos, preconceituosos e que que firam a ética e a moral não serão liberados.

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do blogueiro.

  1. Brocador

    Sr jornalista, o Brasil não sabe que Dida é alagoano e que saiu do CSA ! a imprensa alagoana deveria publicar para o Brasil de onde saiu Dida , antes do jogo com o flamengo, mas não fez.
    Abraço ,
    Brocador

  2. JOSE EDNALDO MONTEIRO LISBOA

    CONHEÇO O EDSON SANTA ROSA E CONHECI O DIDA JÁ VELHO EM MACEIÓ NA CASA DO EDSON QUE MORAVA NA RUA JORGE DE LIMA QUE FICA EM FRENTE AO TRAPICHÃO. FICO FELIZ POR SABER QUE O EDSON AINDA ESTÁ VIVO. TAMBÉM MOREI COM MEUS PAIS NO TRAPICHE E AÍ VEIO A SALGEMA ATUAL BRASKEM PARA ACABAR COM O BAIRRO QUE SERIA COM CERTEZA O MELHOR E MAIS VALORIZADO DE MACEIÓ.

Comments are closed.