Enfrentado adversários difíceis, Brasil acumula derrotas e mostra pouco repertório
   11 de março de 2019   │     0:01  │  0

Treinado por Vadão (no detalhe), o Brasil foi muito mal no Torneio She Believes
Treinado por Vadão, o Brasil foi muito mal no Torneio She Believes (Foto: Douglas DeFelice/Reuters)

A três meses da estreia da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina da França, os resultados recentes na preparação geram um alerta. Nas últimas dez partidas, foram oito derrotas e duas vitórias. Mas o sinal amarelo vai além dos placares e envolve a falta de repertório e organização tática.

Desde o título da Copa América, em abril de 2018, a CBF optou por colocar as meninas diante de adversários que estão acima no Ranking da Fifa — e essa lista aumenta gradualmente, já que o Brasil está em décimo, pior colocação na história. Independentemente, a sensação é que o time de Vadão não está em curva ascendente.

— Há muitas coisas que não fazem sentido. Você não vê um destaque. A Marta fica prejudicada porque volta muito, não tem transição. Se comparar com o desempenho da seleção com o próprio Vadão, em 2015, 2016 e agora, é impressionante o desnível. Não tem setor que funcione — avalia a jornalista Renata Mendonça, do site Dibradoras, especializado em futebol feminino, lembrando a trajetória que teve queda nas oitavas de final da Copa-2015 e quarto lugar na Rio-2016.

Nos dez jogos desde o sucesso na Copa América, justamente a competição que deu vaga no Mundial, foram pelo menos duas partidas contra Estados Unidos, Inglaterra e Japão. As três seleções estiveram ao lado do Brasil no Torneio She Believes, competição concluída na semana passada: o time de Vadão perdeu os três jogos.

Embora o sistema do futebol feminino no Brasil ainda tenha problemas estruturais — apesar das evoluções recentes, como as Séries A1 e A2 do Brasileiro —, é possível destacar quem está no topo da pirâmide: as jogadoras da seleção. A maioria atua fora do Brasil. Na última lista, 17 das 23 convocadas. Aí, a expectativa cresce. Só que o resultado ainda não veio.

— Estamos jogando contra as melhores. Se quiséssemos maquiar resultados, marcaríamos amistosos fáceis. Mas jogar contra seleções abaixo de nós não construiria nada — argumenta Marco Aurélio Cunha, coordenador do futebol feminino da CBF.

Na Copa do Mundo, o Brasil está no grupo de Austrália, Itália e Jamaica.

Blog com EXTRA