CBF entrega lista de desejos à Fifa
   26 de setembro de 2018   │     10:17  │  0

Infantino se reuniu com Caboclo
O presidente Infantino, da FIFA, se reuniu com Caboclo, presidente da CBF (Foto: JOHN SIBLEY / REUTERS)

 

Na reta final do mandato do Coronel Nunes, o presidente eleito da CBF, Rogério Caboclo, teve uma reunião com o presidente da Fifa, Gianni Infantino. Além de estreitar relações, ele colocou sobre a mesa uma série de demandas. A tentativa é desatar alguns nós criados por movimentos adotados pela Uefa e também tentar destravar temas aos quais a própria CBF, indiretamente, causou estagnação.

Com o Sul-Americano Sub-20 às portas (em janeiro), a CBF se depara mais uma vez com a dificuldade de assegurar a liberação de jogadores para a competição, que é classificatória para o Mundial, mas não acontece em data Fifa. Caboclo levou a Infantino a proposta de que a entidade estabeleça obrigatoriedade de liberação por parte dos clubes para competições sub-20, desde que o atleta em questão tenha contrato profissional. Exportador de jogadores, o Brasil tem muitos bons nomes em ligas do exterior.

O calendário de amistosos foi outro assunto. Depois da Copa do Mundo, a seleção brasileira enfrentou EUA e El Salvador. Enquanto isso, as equipes europeias deram o pontapé inicial na Liga das Nações. A competição foi criada para ocupar as datas Fifa que antes serviam para amistosos. A questão é que, ao fechar o círculo para que europeus enfrentem europeus, as opções de adversários para as outras seleções fora do continente caem em um terço. A situação preocupa Conmebol e CBF. Caboclo discutiu com Infantino a busca por alternativas para evitar os efeitos desse isolamento dos europeus.

Legado da Copa de 2014 também é assunto

Caboclo ainda reforçou o pedido à Infantino para que a Fifa aprove o curso de técnico da CBF como válido para o território mundial. A certificação não é reconhecida na Europa, o que limita a entrada de treinadores do país nesse mercado. O assunto será discutido pelo Conselho da Fifa.

O fundo de legado da Copa de 2014 é outro tema pendente. A decisão de fazer uma empresa para gerir os US$ 100 milhões dados pela Fifa mudou. A CBF, como no plano original, antes dos escândalos de corrupção, será a gestora da verba. Mas o projeto está estagnado. Caboclo e Infantino abordaram o assunto.

O futuro presidente da CBF ainda se posicionou contra a ideia que tramita na Fifa de estabelecer um único período de transferências internacionais de jogadores. Na perspectiva do Brasil, isso seria prejudicial, já que a temporada em território nacional começa em janeiro, quando os campeonatos europeus estão na metade, e nessa época não seria possível montar elenco com reforços de fora do país. Ao mesmo tempo, com a janela única, haveria um êxodo muito maior de atletas brasileiros na metade do Brasileiro, o que descaracterizaria os times.

Blog com EXTRA