A história de Wallace, fã que comoveu o craque Philippe Coutinho
   28 de junho de 2018   │     0:02  │  0

O menino Wallace
O menino Wallace ganhou a simpatia de muitos brasileiros (Foto: Bruno Itan / Olhar Complexo)

 

Faltavam poucos minutos para o Brasil estrear na Copa do Mundo. Wallace já havia pedido dinheiro à sua mãe para comprar uma camisa oficial da seleção, mas dona Sandra, dona de casa, não tinha um tostão. Os dois foram pedir ajuda à melhor costureira da Vila Cruzeiro, favela do Complexo da Penha, onde nasceram e moram até hoje. Ao ver o olhar triste do menino por não ter uma camisa, tia Neuza, como é conhecida, pegou um tecido amarelo que tinha guardado e correu para a máquina de costura.

A camisa custaria R$ 10 reais, mas acabou saindo fiado. Para o jogo seguinte, contra a Costa Rica, Wallace teve uma ideia: personalizar o uniforme. A mãe disse para ele colocar seu próprio nome; Helen, sua irmã, sugeriu o de Gabriel Jesus; mas ele já tinha outro em mente: Philippe Coutinho. Foi a costureira quem escreveu à mão, com uma caneta verde, o sobrenome do artilheiro do Brasil na Copa, e também o número que ele veste

Essa história tinha tudo para acabar como começou, sem nunca sair da Vila Cruzeiro, se não fosse o fotógrafo Bruno Itan, morador do Complexo do Alemão, que está percorrendo a cidade durante os jogos do Brasil para registrar como as favelas torcem, como o EXTRA contou ontem.

Após fotografar o menino ao lado da prima Letícia, da mesma idade, entusiasmou-se com a ideia de fazer a foto chegar ao próprio Coutinho. Uma tarefa difícil, principalmente porque ele não conhecia ninguém ligado ao craque. Decidiu lançar uma campanha nas redes sociais e, para seu espanto, o próprio Coutinho lhe respondeu em menos de quatro horas, dizendo-se “emocionado”.

Ontem, Wallace de Oliveira Rocha teve uma surpresa: um vídeo de Coutinho para ele, gravado logo após o último treino da seleção que enfrentou a Sérvia em Moscou.

“Fala aí, meu parceirinho Wallace. Passando aqui para te mandar um abraço e agradecer pela sua torcida, que é muito importante pra gente. Estou louco pra te conhecer. Espero que depois da Copa do Mundo a gente possa se conhecer, valeu, irmãozinho? Um beijo grande, fica com Deus”, disse o camisa 11 para o menino.

A família de Wallace é muito pobre: só o padrasto está empregado. Vivem numa casa de apenas um quarto. Nunca foram ao Cristo, nem ao Pão de Açúcar, mas conhecem o Piscinão de Ramos e as praias de Copacabana e do Arpoador. Wallace diz que gostaria de dar uma casa nova para a família de presente ali mesmo, na Vila Cruzeiro. Eles têm televisão, mas não internet. Wallace usa o wifi da vizinha, a amiga Viviane, para ver os gols de Coutinho no Youtube.

Blog com EXTRA