A Fifa anunciou o banimento do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.
O comunicado foi feito na manhã de ontem pela entidade que controla o futebol no planeta.
É a primeira vez na história que um presidente da CBF é punido com a pena máxima pela Fifa.
Segundo o comunicado da entidade, a Câmara de Arbitragem do Comitê de Ética considerou Del Nero culpado por suborno e corrupção, oferecer e aceitar presentes e outros benefícios e conflito de interesse.
Além da punição, o cartola terá que pagar uma multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 3,5 milhões).
Desde dezembro, Del Nero estava afastado do cargo pelas acusações de corrupção feitas na Justiça dos EUA.
O cartola foi denunciado por participar de um esquema de recebimento de propina com cartolas da América do Sul na venda de direitos de torneios no país e na América do Sul.
A partir de agora, a CBF será comandada pelo paraense Antônio Carlos Nunes, o coronel Nunes.
No último dia 17, o diretor Executivo de Gestão da CBF, Rogério Caboclo, 45, foi eleito para substituí-lo a partir de abril de 2019. Caboclo é homem de confiança de Del Nero desde a federação paulista.
Nunes e Caboclo sempre rasgam elogios ao cartola banido pela Fifa.
Ao vencer a eleição, por quase unanimidade, na semana passada, Caboclo agradeceu o apoio de seu padrinho político.
Dos 67 eleitores, apenas Flamengo, Corinthians e Atlético-PR não votaram no dirigente apoiado por Del Nero.
No xadrez eleitoral da CBF, o dinheiro acabou ajudando a permanência do grupo político do cartola. A CBF repassa R$ 75 mil mensais às 27 federações e paga R$ 20 mil por mês a cada presidente.
O colégio eleitoral da CBF é formado pelas 27 federações e 40 clubes das Série A e B.
Mas as federações são maioria por causa do sistema de peso dos votos.
Na última quinta-feira (26), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República e enviou uma investigação sobre a cúpula da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para a Justiça Federal no Rio de Janeiro.
O inquérito apura suspeitas de crimes contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica, entre outros, supostamente cometidos por Del Nero, Teixeira e Marin.
Blog com FOLHA DE SÃO PAULO
A roubalheira no futebol brasileiro é generalizada, institucional e oficial. Marco Polo Del Nero, assim como todos da cúpula da CBF… não viu, não sabe e nunca praticou qualquer ato criminoso. Só que, como foi processado no exterior, a penalidade foi rápida e eficaz. Aqui, como o país é uma universidade do crime organizado, principalmente no futebol, tudo continua fluindo célere no processo de ampliação da CBF na licenciatura de práticas criminosas. Marco Polo Del Nero é um exemplo negativo e vergonhoso para o Brasil.