Às vésperas do Mundial da Rússia, CBF ainda articula para receber verba de legado da Copa-14
   26 de março de 2018   │     0:04  │  0

Enquanto a seleção entra em reta final de preparação para a mais uma Copa, os frutos do Mundial passado, realizado no Brasil, ainda estão longe de serem efetivamente colhidos quando o assunto é o fundo de legado. Com o montante bruto de US$ 100 milhões separado pela Fifa, a poupança destinada a projetos em prol do desenvolvimento do futebol no país está praticamente intacta por questões políticas, mas ao menos a articulação avança em direção a uma retomada.

A CBF tinha projetado ter em mãos, após pagamento de impostos, US$ 70 milhões. Segundo balanços financeiros de 2015 e 2016, R$ 16,881 milhões foram contabilizados como receita bruta recebida da Fifa referente ao legado. Mas o dinheiro do projeto ficou bloqueado por causa das denúncias de participação de dirigentes da CBF (José Maria Marin e Marco Polo Del Nero) em escândalos de corrupção.

A Fifa, tendo se declarado como vítima do esquema, resolveu fechar a torneira dos repasses à CBF. Uma parte do dinheiro do legado chegou a ser usada pela CBF, que tinha como objetivo majoritário remetê-lo para construção de centros de treinamento nas 15 capitais brasileiras que não tiveram jogos da Copa do Mundo.

Dos cerca de R$ 16 milhões, R$ 5,79 milhões foram gastos com dois terrenos, em Tocantins e Rondônia. Outra fatia de R$ 9,41 milhões custeou cursos e eventos realizados pela CBF em 2015 e 2016 nas áreas de futebol feminino, categorias de base, medicina esportiva e responsabilidade social. Ao todo, foram explicados R$ 15,2 milhões nos balanços divulgados pela CBF.

Belém, no Pará, é a única cidade que teve CT entregue, ainda durante a Copa-2014.

Sem os repasses da Fifa, a CBF viajou a Zurique (SUI) para convencer que a corrupção não era a realidade brasileira.

A Fifa fez exigências. O novo acordo saiu em setembro de 2017. Para a Fifa, só existe segurança em relação ao legado se a verba não passar pela CBF. Por isso, será criada uma entidade sem fins lucrativos, com gestão dividida entre Fifa e CBF, para comandar os investimentos.

Blog com EXTRA