Cem dias para a Copa: Russos ainda dão pouca atenção ao Mundial
   7 de março de 2018   │     0:04  │  0

Relógio marca os 100 dias restantes para o Mundial, que ainda não empolgou os russosRelógio marca os 100 dias restantes para o Mundial, que ainda não empolgou os russos (Foto: MLADEN )

Experientes quando o assunto é inverno, os russos sabem que é preciso aguardar com paciência até que tudo comece a esquentar. Com a Copa do Mundo não é muito diferente: com cinco dos 12 estádios inaugurados e disputando atenção com uma eleição presidencial, o Mundial de 2018 ainda não se concretizou a olho nu. No entanto, por baixo das aparências — e de algumas camadas de neve —, a Rússia procura chegar a todo vapor na reta final até o pontapé inicial da Copa: faltam 100 dias.

No frio de Moscou, com temperaturas em torno de -10°C, o relógio que faz a contagem regressiva para o Mundial, a céu aberto, não cativa muita atenção em meio aos monumentos e prédios históricos da Praça Vermelha. À exceção de um ou outro transeunte que dedica breves segundos a uma “selfie”, os moscovitas passam a impressão de que têm outras coisas em mente. Na tarde de ontem, era fácil encontrar no entorno do relógio equipes de TV ávidas para filmar torcedores prestando reverência ao relógio. Mas era difícil achá-los.

— A Copa será interessante principalmente para os turistas — avaliou Igor Rosseykih, de 24 anos, enquanto passeava por um festival de inverno na Praça Vermelha, a poucos metros do relógio: — Eles poderão descobrir que a Rússia é mais do que Moscou e São Petersburgo, já que teremos jogos em outras cidades. Nelas, há muitas crianças interessadas em futebol.

Enquanto se desenrolava, em fevereiro, a Olimpíada de Inverno de PyeongChang, não era incomum perceber uma expressão de estranhamento nos russos quando questionados sobre “o campeonato mundial que acontecerá na Rússia”. No último mês, com o campeonato nacional de futebol em sua pausa de inverno, o esporte coletivo da moda era o hóquei. O time masculino russo, que competiu na Coreia do Sul sob a bandeira olímpica por conta da punição ao Comitê Olímpico da Rússia, conquistou a medalha de ouro — e fez questão de cantar o hino nacional, proibido de ser executado, ao subir ao pódio.

As aparências, é claro, podem enganar. Exemplo disso é o inverno russo. O deste ano é o terceiro mais quente no país desde o século 19. Já a Copa do Mundo mostra forte apelo fora das ruas e dentro do computador. A segunda fase de vendas de ingressos para o Mundial, pelo site da Fifa, teve 4,9 milhões de pedidos. O país-sede foi responsável por 51% das requisições.

Blog com EXTRA