Del Nero foi afastado em dezembro até 15 de março. Suspensão pode ser ampliada por mais 45 dias
A Fifa só suspendeu Marco Polo del Nero, presidente afastado da CBF, depois que ganhou força a tese entre os investigadores de Nova York de que estava protegendo o brasileiro, um dos principais cabos eleitorais de Gianni Infantino na América do Sul. O temor da entidade era ser acusada de cumplicidade. Por isso, afastou temporariamente o dirigente no final de 2017 como um sinal de que não estava sendo conivente com a gestão do futebol brasileiro.
Del Nero foi afastado em dezembro até 15 de março. Sua suspensão pode ser ampliada por mais 45 dias, se a Fifa precisar de mais tempo para completar sua investigação interna.
Fontes próximas à investigação nos EUA confirmaram que a condenação de José Maria Marin e outros cartolas não significa que o inquérito esteja concluído. Nos próximos dias, Jeff Webb, ex-vice-presidente da Fifa, deveria conhecer sua sentença. Mas um novo acordo foi estabelecido para que ele colabore por mais seis meses com o inquérito. De forma paralela, o FBI continua investigando a corrupção na entidade máxima do futebol.
A estimativa dos técnicos é de que os documentos confiscados e os indícios podem levar a Justiça norte-americana a conduzir pelo menos mais cinco anos de investigações, em especial sobre tentativas de pessoas dentro da Fifa em abafar escândalos ou suspeitas.
Por dois anos e meio, a entidade com sede em Zurique não tomou qualquer medida contra Del Nero, mesmo depois de ele ser indiciado nos EUA. A situação do brasileiro acabou sendo exposta pelos relatos de testemunhas que apontaram em dezembro, na Corte do Brooklyn, como Del Nero teria recebido e pedido propinas. Ele nega.
Blog com Jornal do Brasil