Atleta olímpica abusada por médico diz que ginástica dos EUA está ‘podre’
   23 de janeiro de 2018   │     0:04  │  0

Aly Raisman discursa antes da sentença de Larry Nassar, acusado de abusar sexualmente dela
Aly Raisman discursa antes da sentença de Larry Nassar, acusado de abusar sexualmente dela (Foto: Brendan McDermid /Reuters)

A medalhista de ouro olímpica Aly Raisman criticou membros da federação americana de ginástica por falhar em proteger ela e outras mulheres de anos de abuso sexual pelo ex-médico da entidade Larry Nassar, dizendo que o órgão está “podre por dentro”.

Raisman, co-capitã do time de ginástica artística dos EUA que disputou os Jogos Olímpicos do Rio-2016 e Londres-2012, pediu que a federação americana e oficiais do comitê olímpico, que segundo ela tinham o poder de parar Nassar, fossem alvos de uma investigação independente.

Nassar se declarou culpado de dez acusações de abuso sexual em primeiro grau em novembro do ano passado.

“Para este esporte continuar indo em frente, precisamos reivindicar uma mudança real, e nós precisamos continuar desejando lutar por isso”, disse a atleta.

“Agora está claro que se nós deixarmos isso nas mãos dessas organizações, a história vai se repetir”, afirmou, se referindo à federação de ginástica e ao comitê olímpico americano.

A ginasta de 23 anos foi a última de dúzias de atletas que testemunharam em audiência antes da divulgação da sentença de Nassar na corte do condado de Ingham, em Michigan.

Muitas delas falaram, com os olhos cheios de lágrimas, sobre como o abuso de Nassar, que era o coordenador médico nacional da federação de ginástica dos EUA, as deixou emocionalmente marcadas e indignadas.

No pedido para uma investigação independente, Raisman disse ter ficado consternada pela federação americana ter oferecido apenas “promessas vazias” quando o escândalo foi revelado.

Blog com FOLHA DE SÃO PAULO