Promotoria exibe extratos com gastos de Marin no valor de US$ 138 mil
   16 de dezembro de 2017   │     0:01  │  0

Imagem relacionada

Extratos de cartões de conta bancária no banco Morgan Stanley de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, (foto acima), exibiram gastos de US$ 138 mil (cerca de R$ 454 mil) em lojas de luxo em Nova York em dezembro de 2014, de acordo com documentos exibidos pelos promotores que representam o governo dos Estados Unidos no “Caso Fifa”, no qual Marin é julgado, junto com Juan Angel Napout, ex-vice-presidente da Fifa, e Manuel Burga, ex-presidente da Federação Peruana de Futebol. O julgamento ocorre na Corte do Distrito Leste de Nova York.

Os documentos foram exibidos durante depoimento de Steve Berryman, líder da equipe de agentes do IRS, órgão federal do governo dos EUA equivalente à Receita Federal no Brasil, que investiga Marin, Napout e Burga. Entre as despesas, estão US$ 10 mil (R$ 33 mil) na Brioni, US$ 22 mil (R$ 72 mil) na Valentino e US$ 38 mil (R$ 125 mil) na Christian Dior.

Após o promotor Samuel Nitze exibir os documentos do banco Morgan Stanley que foram reconhecidos por Steve Berryman, o advogado de defesa de Marin, James Mitchell, fez um breve comentário direcionado ao conjunto de jurados, formado por 18 pessoas, sendo 12 titulares e 6 substitutos: “Gostaria de informar que o senhor Marin tem um apartamento em Nova York há 30 anos. Sem mais observações, sua excelência”, disse, em referência à juíza Pamela Chen.

O promotor Nitze fez também perguntas ao agente Berryman sobre depósitos que totalizaram US$ 1,5 milhão que foram feitos na conta da empresa Firelli International, de José Maria Marin, informações que já foram trazidas à Corte na semana passada. “Estes recursos têm origem em depósitos de Expertise Travel, de Wagner Abrahão”, comentou o funcionário do IRS. Ele referia-se a três transferências financeiras realizadas pela Expertise Travel, do empresário Wagner Abrahão, realizadas para a Firelli International em 2013.

As perguntas do promotor Samuel Nitze a Steve Berryman visavam que ele tentasse explicar que o US$ 1,5 milhão destinado à empresa de Marin “era metade” de US$ 3 milhões que foram enviados da empresa FTP de uma conta do banco Julius Baer, na Suíça em meados de 2013 para uma conta de outra empresa de Wagner Abrahão, a Support Travel.

A FTP é uma empresa da Torneos y Competências, do empresário argentino Alejandro Burzaco, especializada em marketing esportivo, que admitiu em Tribunal ter pago cerca de US$ 160 milhões em propinas para um grupo de 30 pessoas entre 2004 e 2015. Ele reconheceu que fez pagamentos milionários para ter vantagens comerciais na edição de alguns torneios de futebol, como edições da Copa América.

A defesa de José Maria Marin leu um curto texto ao Tribunal no qual manifestava que qualquer recurso que o ex-presidente da CBF teria recebido no período que envolve as investigações do “Caso Fifa” só teria ocorrido na condição de pessoa física.

Blog com A TARDE