O ex-presidente do COB Carlos Arthur Nuzman deixando a cadeia pública de Benfica, no Rio de Janeiro (Foto: Jose Lucena/Futura Press/Folhapress) |
Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), deixou a cadeia na tarde da úyltima sexta-feira (20). Por unanimidade, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu conceder habeas corpus ao ex-dirigente na quinta (19). Nuzman estava preso desde o dia 5 de outubro no presídio de Benfica, zona norte do Rio de Janeiro.
O ex-presidente do COB terá de cumprir uma série de medidas cautelares enquanto estiver em liberdade. Ele deverá entregar seu passaporte e está proibido de manter contato com os outros investigados pela operação Fair Play, que apura a suposta compra de votos para que o Rio de Janeiro fosse escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Nuzman também não poderá ter acesso às sedes ou filiais do COB e do Comitê Organizador da Rio-2016.
Na decisão, o colegiado do STJ considerou a prisão de Nuzman desproporcional em relação às denúncias feitas. Por 4 votos a 0, o órgão aceitou substituir a detenção pelo cumprimento das medidas cautelares.
Na ordem de habeas corpus, a defesa de Nuzman classificou como “constrangimento ilegal” a prisão do cartola, e argumentou não ser “tolerável que se mantenha no cárcere, sem culpa formada, um homem de 75 anos de idade, que enfrenta problemas de saúde incompatíveis com o insalubre ambiente prisional, situação que coloca em risco sua vida e integridade física”.
Horas depois de Nuzman obter a liminar, a Justiça Federal aceitou a denúncia apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal) no Rio e tornou o ex-dirigente réu. Ele responderá por corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisa. Também foram aceitas as acusações contra o ex-diretor da Rio-16 Leonardo Gryner e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB).
Além do grupo, foram denunciados o empresário Arthur César de Menezes Soares e os senegaleses Lamine Diack, membro do COI (Comitê Olímpico Internacional) supostamente subornado, e seu filho Papa Massata Diack.
Blog com FOLHA DE SÃO PAULO