Edu Gaspar e Tite começam a definir base da seleção na Copa da Rússia: logística incluirá família dos jogadores
   18 de abril de 2017   │     0:02  │  0

Edu Gaspar, coordenador de seleções da CBF (Foto: Marluci Martins)

 

Ex-jogador de ótimo passe e elegância no arremate, Edu Gaspar, aos 38 anos, está de novo com a bola. A um ano e dois meses da Copa da Rússia, é ele, coordenador de seleções da CBF, quem vem buscando os atalhos para uma boa logística na competição. De volta há uma semana de um tour russo de nove dias, Edu filtrou cinco possibilidades de quartel-general para a seleção, entre 58 possibilidades oferecidas pela Fifa.

Tais opções de base estão sendo apresentadas desde ontem ao técnico Tite, para a escolha definitiva da concentração do Brasil na Rússia. As anotações a caneta feitas por Edu no mapa das cidades da Copa são as pistas das preferências: São Petersburgo, Sochi, Kazan, Samara e, até, Krasnodar, excluída da lista final das sedes oficiais, mas vizinha aos principais centros da competição a ser disputada em 12 estádios.

– A gente vai precisar de um bom local de treino, independentemente da cidade. Nossa prioridade é atender aos anseios técnicos. Às vezes, uma cidade não é tão glamourosa, mas tem um baita centro de treinamento. Nessa visita à Rússia, em alguns momentos mudei o “schedule” (cronograma). Não quis ver estádios. Priorizei conhecer as cidades porque campo de futebol eu vi durante minha vida inteira – destaca Edu.

O coordenador esteve na Rússia com o supervisor Luis Wagner e o preparador físico Fábio Mahseredjian. O trio voltou ao Brasil resignado com a oferta de uma infraestrutura ainda não tão próxima do padrão de excelência, mas passível de aperfeiçoamentos.

– Quase nenhum campo de treinamento chegou ao padrão Fifa. Alguns CTs ainda estão em construção. Fui a oito ou nove cidades, e nenhum “base camp” (conjunto de hotel e campo de treino) vai atender a 100% da demanda da seleção. Vamos supor que você fique em um hotel muito bom, com conforto, mas sem estrutura pós-treino… Por isso, ainda voltarei à Rússia. E não quero esperar muito, pois há a possibilidade de precisarmos mexer na infraestrutura. Mas seria injusto falar de coisas ruins. Nada me assustou. Eles vão entregar o que estão prometendo.

Nem mesmo o atentado no metrô de São Petersburgo, quando Edu estava em Moscou, no início de abril, desmonta o otimismo. Naquele dia, o telefone tocou várias vezes. A alta cúpula da CBF queria saber de sua integridade física. Foi assim que Edu ficou a par do incidente com 14 mortos e mais de 40 feridos.

– A gente não sabia de onde veio a bomba. Claro, (o terrorismo) é uma pauta negativa. Recebi um comunicado da Fifa. Sabiam que eu estava lá e tiveram a preocupação de me avisar que a própria Fifa e o governo russo vão estar muito atentos a isso no período da Copa. Eu não acho que teremos esses incidentes. Em todas as Copas, se fala sobre essa possibilidade, mas nunca aconteceu nada — diz o coordenador, que ficou bem mais assustado na última terça-feira quando, já de volta ao Brasil, acompanhou pela imprensa os estilhaços da repercussão da bomba perto do ônibus do Borussia Dortmund, na Alemanha: — Essas coisas não costumam ocorrer no futebol.

Edu Gaspar está com a cabeça na Rússia. E com o olhar em outras seleções de ponta.

– Teremos um amistoso contra a Alemanha, em março (de 2018), e ainda trabalhamos para conseguir mais outro. E queremos mais dois em novembro – lembra, certo de que o tempo está passando com a velocidade de uma bola chutada a gol.

Blog com EXTRA