O jogo virou: Zico ajuda homem que o fez crescer e virar o rei do Flamengo
   26 de setembro de 2016   │     0:01  │  0

George Helal posa em frente à sua estátua no Ninho ao lado do filho Ronaldo, familiares e Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Reprodução/Facebook)

George Helal posa em frente à sua estátua no Ninho ao lado do filho Ronaldo, familiares e Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Reprodução/Facebook)

O norte-americano naturalizado brasileiro George Helal, que completou 85 anos no último dia 10, é uma das lendas vivas rubro-negras. Integrante da Frente Ampla pelo Flamengo (FAF), grupo político que levou Márcio Braga à presidência em 1976, ingressou nos bastidores da Gávea nos anos 60. Nesse período, garantiu ao clube o maior reforço de sua história. Em 1967, um jovem franzino e baixinho chegava de Quintino trazido pelo radialista Celso Garcia para fazer teste. Sua frágil constituição física causava desconfiança, e o paraguaio Modesto Bría queria dispensá-lo. Helal o bancou. Bancou não só isso, mas uma série de realizações ao Rubro-Negro que tanto ama. Tirou de si para dar ao Flamengo, e sua situação financeira hoje não mais é a mesma.

Seu Antunes, pai do garoto, disse ao dirigente que queria o filho na escola. Helal comprou a ideia e foi o responsável pela viabilização do Projeto Soma, programa idealizado pelo médico Serafim Borges, funcionário do clube até hoje. Tal trabalho de reforço muscular fez o menino ganhar 17 centímetros e muita massa. Trata-se de Zico, maior nome de todos os tempos do Flamengo. Para se dedicar a isso, o adolescente se desdobrava entre Quintino, Gávea, escola e academia. Helal custeava todo o transporte e alimentação do Galinho. Diante da dificuldade do amigo nos dias de hoje, o ídolo entrou em cena. Emprestou um apartamento que tem no Recreio a Helal, um dos seus quatro padrinhos de casamento e a quem trata como pai.

– Estou muito ao grato ao Zico, conheço o carinho que ele sempre teve por mim, pela Irene, minha primeira esposa e por todos nós. Éramos como uma família, e ele sempre foi muito ligado a nós, assim como o pai dele, a Dona Matilde, que tinha um coração muito grande. Muito obrigado, Zico, por me ajudar nessa minha necessidade. Não tenho segredo, não. Fico muito feliz pela espontaneidade dele. Me levou até lá na Estrada do Pontal, num lugar muito bonito. Moro lá muito feliz, com uma cuidadora me acompanhando, mas às vezes fico sozinho. Eu tenho idade, mas não fiquei velho (risos). Saio, vou para longe. Gosto de atividades, estou com uma saúde boa, tomo meu chopinho, no máximo dois (risos) – afirmou George Helal.

Outras figuras da Gávea, como vice-presidente do clube, Maurício Gomes de Mattos; Márcio Braga, Walter Oaquim, Cláudio Pracownik, Jorge Rodrigues, Onurb Couto e Humberto Mota têm dado apoio a Helal.

Muitos dos que estão ajudando George Helal foram procurados pela reportagem, incluindo Zico, mas todos preferiram não se pronunciar a respeito. Evitaram sair como heróis pela força dada ao amigo, sobretudo o Galinho.

É importante frisar que os filhos George, Ronaldo, Glorinha, Cristiane e Michel buscaram uma solução e ofereceram uma casa para Helal, porém o “jovem” de 85 anos alegou precisar de privacidade.

No último dia 10, quando completou 85 anos, Helal foi muito festejado na Boca Maldita, área tradicional da Gávea que recebe sócios da Velha Guarda rubro-negra.

Blog com Fred Gomes/GloboEsporte/RJ